25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Vacina contra o H1N1 chega hoje, na Sesau, mas só estará disponível dia 30

Esta semana um adolescente foi internado no Hélvio Auto, com suspeita da doença. Estado já registrou 7 casos, segundo a Sesau.

Esta semana houve correria uma clínica particular, em busca de imunização (Foto: Eassim)
Esta semana houve correria uma clínica particular, em busca de imunização (Foto: Eassim)

Incompreensível a decisão dos gestores públicos de saúde em Alagoas, de não antecipar a campanha de vacinação contra o vírus H1N1, apesar da confirmação de que os primeiros lotes da vacina para a rede pública do Estado serão liberados a partir desta segunda-feira (4), pelo Ministério da Saúde.

Esta semana, a notícia da internação de um adolescente no Hospital Hélvio Auto, em Maceió, apresentando quadro sintomático da doença (também conhecida como gripe suína), aliada às notícias nacionais de surto em vários estados, com registro de 48 mortes só este ano, provocou uma verdadeira correria aos postos de saúde e clínicas particulares em busca da vacina. Nos postos, um aviso na porta tenta resumir a frase repetida dezenas de vezes ao longo do dia: “não temos a vacina contra o H1N1.  Nos hospitais e nas clínicas particulares, a reposta é a mesma.

Em Alagoas, já são oito casos suspeitos registrados, mas mesmo com a chegada da vacina, a partir desta semana, a campanha de imunização, prevista para o dia 30, não vai ser antecipada, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde.

As famílias não parecem dispostas a esperar. Nos últimos dias, a notícia da disponibilização da vacina em uma clínica particular, em Maceió, cobrando R$ 80 pela dose, levou uma multidão ao local. Porém, as 1.500 doses adquiridas não deu para quem quis. Chegou a haver tumulto, na sexta-feira, na frente da clínica, com centenas de pessoas querendo garantir a imunização, sobretudo de crianças e idosos ao local.

Com a demanda em alta, as poucas clínicas que adquiriram a medicação estão majorando os preços. Já se fala em R$ 100 por dose. E parte da população está disposta a pagar, porque existe um quadro favorável à proliferação da doença – que pode ser fatal – e todos querem se prevenir. Quem pode pagar, não está disposto a esperar pela morosidade do poder público, que parece imune a essa situação de pânico.

LIBERAÇÃO

O surto de gripe provocada pelo vírus H1N1, também conhecida como a gripe suína, em vários estados do país, fez com que o Ministério da Saúde antecipasse, esta semana, a liberação da vacina para campanha de imunização que está programada para o próximo dia 30. Os primeiros lotes saíram na sexta-feira (1), para São Paulo, onde o vírus tem feito maior número de vítimas. Mais de 260 pessoas foram internadas este ano, e 38 morreram por causa da doença, segundo dados oficiais. Há registro de casos em 11 estados brasileiros, inclusive Alagoas.

De acordo com a assessoria do Programa de Imunoprevisíveis e Vacinação da Sesau, a partir desta segunda-feira, até o dia 8, o Estado está recebendo 21% das mais de 750 mil doses da vacina destinadas à vacinação em Alagoas. No dia 22, chegam mais 24%, totalizando, aí, 45% do total destinado ao Estado – ou seja, quase 340 mil doses da vacina. No entanto, a informação da própria Sesau, é de que a campanha de vacinação não será antecipada.

Por que? ‘É preciso organizar a logística para distribuir os lotes com os municípios, a quem cabe conduzir a campanha’, responde Denise Castro, assessora do programa de imunização.

E não dá para acelerar essa logística? Por estranho que possa ser, o Estado, não está trabalhando com essa hipótese, e diz que o calendário original vai ser mantido, com a campanha começando no final do mês. Há o argumento de que as primeiras doses previstas para chegar esta semana – cerca de 150 mil – não seriam suficientes para dar cobertura à demanda. Claro que não. Mas poderiam ser estabelecidas prioridades, e o critério de se abastecer primeiro os municípios de onde surgiram casos da doença pareceria coerente.

Mas, fazer o que, né? Nem sempre há coerência na lógica do poder público.