O Estado de Alagoas recebeu, neste mês de abril, mais um aporte financeiro do Ministério das Cidades referente ao convênio 676831, que tem como objeto a implantação do corredor do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da parte alta da cidade, ligando o Centro ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
De acordo com o Portal da Transparência foram liberados, no dia 12 de abril, R$ 2,5 milhões, de um total de R$ 16,2 milhões que seriam destinados à elaboração de projetos referentes ao primeiro trecho do corredor do VLT – que corresponde à conexão da Estação Central com a Praça do Centenário, de onde VLT inicia sua viagem rumo ao Tabuleiro, cortando as duas principais avenidas de Maceió: Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro.
O problema é que desde a gestão Teotônio Vilela no governo do Estado, fala-se em aprovação de projeto, liberação de recursos, assinatura de convênios, ordem de serviço. E a sensação que fica é de que o trem está atrasado.
Deu partida, mas não chegou à estação.
FASE INICIAL
O que acontece é que, por enquanto, a obra projetada, de responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), ainda está em fase preparatória, segundo informa o portal do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, de onde virá a maior parte dos recursos.
Na prática, isso significa que a elaboração do projeto executivo ainda está em andamento; tem muita estação pela frente. Pelo projeto inicial (de captação de recursos), assinado em novembro de 2013, ainda na gestão Teotônio Vilela, a obra prevê a criação de dois eixos viários paralelos a essas avenidas – identificadas como Eixo Cepa e Eixo Quartel (do Exército).
E uma série de intervenções, como a ampliação dos passeios laterais; implantação de travessias, rampas de acessibilidade, passagens de nível; construção de 17 estações; e a implantação das duas faixas da ferrovia, ao longo do canteiro central, sem dizimar a vegetação no local.
Tudo isso exige muito dinheiro e muita negociação, principalmente para desapropriar áreas militares, pontos comerciais e residenciais ao longo desses eixos. A projeção de recursos para colocar o VLT- Aeroporto em funcionamento é na ordem de R$ 1,5 bilhão – que deverão ser liberados pelo PAC da Mobilidade Urbana.
Em tempos difíceis, virão ou não!
JARAGUÁ
Enquanto o trem não passa para o aeroporto, melhor manter os olhos na região do Porto, no bairro de Jaraguá, onde a vista alcança. É pra lá que o VLT prepara sua próxima partida, numa viagem de baixo custo.
A malha ferroviária já existe nesse trecho, necessita de poucas intervenções.
Mas aí também tem problema com o tempo. A sinalização que vem sendo anunciada no trecho Centro – Jaraguá da ferrovia, permanece invisível aos olhos da sociedade. E qualquer olhar mais atento vai perceber que pouco ou nada foi feito até agora, para preparar os trilhos para a passagem do VLT.
Embora a projeção anunciada pela Prefeitura e CBTU é de que esse trajeto fique pronto até meados deste ano.
Será?
Melhor não esperar na estação (que ainda nem existe). Afinal, o meio do ano já vem bem ali, e ninguém ouviu, ainda, o apito do trem.