O episódio envolvendo o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, expõe o rito tradicional da elite brasileira, quando investida no poder.
Quem não é do seu meio é ralé, um João Ninguém ou uma coisa qualquer.
Ao humilhar o guarda municipal que lhe cobrou o uso da máscara contra o vírus Covid-19, no litoral de Santos (SP), sua excelência, dita letrada, mas, incontestavelmente ignorante, só tornou óbvio o que é essa elite, que exibe a posição de casta social com a costumeira arrogância e prepotência, ambas sustentadas no preconceito e no autoritarismo.
A humilhação imposta ao agente público que cumpria a lei, além de desumana e desrespeitosa, ela depõe contra o perfil da própria justiça brasileira. São muitos os Almeida Prado Rocha de Siqueira nas cortes espalhadas pelo País.
As cortes, além de elitistas, são movidas a mil e um interesses.
Nesse episódio vem a informação de que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai apurar o caso. É balela.
Apura e faz o quê contra sua excelência? Absolutamente nada. O corporativismo não deixa. Prevalece o faz de conta no processo de apuração.
Via de regra, os crimes praticados pelos membros do judiciário ficam numa gaveta do judiciário.
Quando o caso é absolutamente insustentável o criminoso recebe uma punição: a aposentadoria.