19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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A grandiosa sensibilidade que faz de “Vingadores: Ultimato” a epopeia definitiva do gênero

Filme de desfecho da Saga do Infinito supera expectativas sem medo de ser grande.

Esta crítica não possui spoilers.

   Eles conseguiram. Após 11 anos de espera, o filme mais aguardado da cultura pop nos últimos tempos finalmente chegou, carregando consigo a responsabilidade de trazer um desfecho épico para o primeiro arco dos Vingadores no Universo Cinematográfico da Marvel Studios. E eles conseguiram.

Após o recente sucesso avassalador de “Vingadores: Guerra Infinita”, pairava a incerteza sobre os caminhos que seriam escolhidos neste último filme, que havia sido anunciado como o fim da saga que dizimou metade das criaturas vivas do universo. Como é possível continuar e ainda tentar reverter o irreversível?

Eles conseguiram. Com uma perícia inigualável e amplo domínio do material que possuem, os irmãos Russo, diretores do filme, nos guiam através de um último capítulo que você não quer que termine. O domínio que eles exercem sobre este universo é de se encher os olhos. Há extrema lucidez nas tomadas de decisão, na consciência do discurso, e até na representatividade. Você não só acredita nos rumos escolhidos pela trama, como também se sente parte dela, afinal, confiamos plenamente em quem está contando a história.

O filme mais longo da saga parece curto, porque te leva numa viagem onde o tempo se comporta de forma diferente. Diverte, espanta, te faz sorrir e chorar simultaneamente. O embaraço de sensações é capaz de provocar pane nos mais sensíveis e atordoamento até nos mais durões. Impressiona o número de pessoas chorando (de soluçar) nas sessões.

E por falar em sensibilidade, talvez seja este o principal ingrediente da trama. A ação e reação é clara aqui. Ter que lidar com as consequências da dizimação causada por Thanos humaniza os heróis mais poderosos da Terra e rouba a cena ao empurrá-los na direção do que dá nome ao grupo.

O trato do roteiro com os personagens é encantador. A história é viva, harmoniosa, e faz você se sentir parte daquilo. Os arcos individuais não são apenas fundamentais, mas são, sobretudo, a cereja do bolo. As motivações são concisas, as transformações são humanas e as emoções são reais. É um filme do coração para o coração.

E é o coração dos fãs que irá bater mais forte. Sem discussão: o filme desenha a forma de amor mais pura ao gênero que foi – e continua sendo – o mais leal companheiro da nossa geração. Existem cenas emblemáticas com planos artisticamente cuidadosos, e as referências aos filmes anteriores soam como uma declaração de amor. Provamos da saborosa mistura da nostalgia presente nos quadrinhos com a magia do formato cinematográfico, que age como a força motriz desse espetáculo narrativo.

Se presenciamos o nascimento de um clássico do cinema, só o tempo poderá dizer, mas o que podemos afirmar é que, sim, eles conseguiram. Encontraram a conclusão épica para uma jornada perfeitamente balanceada, como tudo deve ser.

Nota: ★★★★★

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