18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Afirmando que “desmatamento é cultural”, governo evitar estabelecer metas

Ele nem mesmo conversou sobre o tema com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

Jair Bolsonaro e o ministro do meio Ambiente, Ricardo Salles

Ao comentar sobre os sobre os dados de desmatamento no Brasil no último ano, que apontaram o maior número para o período em um intervalo de 10 anos, Jair Bolsonaro afirma que os mesmos não vão acabar.

Para o presidente da República, os desmatamentos são algo “cultural” no país. E nem mesmo conversou sobre o tema com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles:

“Olha, você não vai acabar com o desmatamento, nem com queimadas, é cultural. Eu vi a Marina Silva criticando, anteontem, mas no período dela teve a maior quantidade de ilícitos na região amazônica”. Jair Bolsonaro. Presidente.

Sem metas

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou hoje que o governo federal pretende reduzir o desmatamento na Amazônia Legal até o mesmo período do ano que vem. No entanto, preferiu não revelar uma meta numérica.

“Aconteceu no ano passado uma redução de ano para ano. O que nós percebemos? Que mais importante do que estabelecer metas numéricas, é estabelecer uma estratégia”. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

Salles se reuniu no ministério, em Brasília, com os nove governadores de estados da Amazônia Legal para discutir queimadas e desmatamentos na região – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Números

O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), desde 1998 usa imagens de satélite para monitorar o desmatamento na Amazônia.

Embora 2003, primeiro ano da gestão de Marina Silva à frente da pasta, tenha registrado o recorde de área desmatada no bioma (27.772 km²), a área desflorestada foi progressivamente reduzida.

Ao fim de 2008, ano em que Marina deixou o cargo, a área desmatada havia caído para 7.464 km²,uma redução de 73,1% em relação a 2003.