25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Agora entendo os velhos alemães

Eu agora entendo como a Alemanha chegou àquele ponto na primeira metade do século passado. O momento que vivemos é semelhante.

Sorte nossa que nem todo mundo carrega o gene do mal e não se deixa hipnotizar por mentes diabólicas.

Um país economicamente falido, um moralismo hipócrita e um “messias” supostamente enviado por Deus para liderar a nação rumo ao triunfo. Os bodes expiatórios: minorias, estrangeiros e qualquer outro grupo que não tenha nada a ver com a história.

As manifestações desse domingo revelam como há seres humanos irracionais, que se apegam a paixões por políticos e não ligam para o futuro nem dos seus próprios descendentes.

Aqui compartilho um texto, atribuído a uma psicóloga, que descreve muito bem esse estado de coisas em que vivemos:

“Eu admiro Bolsonaro.

Por Andréa Beheregaray (psicóloga)

Admiro porque ele consegue convencer gente que não tem como pagar universidade privada de que é preciso fazer cortes na educação pública e aumentar o número de universidades privadas no país.

Ele convence quem nunca estudou ou pôs os pés na Universidade de que diploma é bobagem e pesquisa científica é atraso.

Ele convence gente a trabalhar mais tempo para ganhar menos.

Ele convence o trabalhador de que é melhor abrir mão de direitos adquiridos em prol dos empresários, afinal o empresário e sobrecarregado.

Ele convence negro de que racismo não existe, mesmo que ele tenha dito que seus filhos não casariam com negras, afinal foram bem educados.

E convence gays, que vivem no país que mais mata gays no mundo(!), de que homofobia é mimimi.

Ele convence policiais que são assassinados por milicianos e grupos de extermínio, de que milicianos e grupos de extermínio são bem vindos e necessários.

Ele convence policial de rua que vive estressado (a cada 17 dias um policial comete suicídio no Brasil) de que eles devem ter mais tempo de serviço para se aposentar.

Ele convence policiais que carta branca para matar é o que resolve, ao invés de investimento sério em segurança pública, como salários, treinamentos, investigação, equipamentos, atendimentos psicológico. Se a polícia matar todo mundo e metade da polícia morrer junto, problema resolvido. Afinal, ele valoriza os heróis.

Ele convence gente que estudou de que Olavo de Carvalho é filósofo, mesmo que a burrice seja escancarada e que ele atribua os problemas do país à filosofia.

Ele convence mulheres de que feminicídio é uma bobagem, mesmo que no Brasil a cada 12 horas uma mulher seja assassinada pelo (ex)companheiro.

Ele convence mulheres a ficarem contra o feminismo, porque a luta do feminismo não é por direitos iguais, afinal feminista é feia e tem sovaco cabeludo, não luta por direitos iguais, querem mesmo é andar peladas e fazerem xixi na porta de igreja.

Ele convence mulheres de que elas devem achar normal ganhar menos.

Ele convence quem não pode pagar por saúde privada de que a solução é privatizar.

Ele convence o brasileiro de que natureza é uma bobagem, de que tem mais é que desmatar e liberar a caça para o país evoluir.

Nietzsche (filósofo alemão), chamou isso de moral de escravo, o grande rebanho. Mas o rebanho está convencido, apoia, aplaude e quer o relho.

Convenhamos, Bolsonaro é um gênio!”…o gênio da imbecilidade….”