O advogado Frederick Wassef foi recebido no Palácio da Alvorada, neste domingo (26), pelo presidente Bolsonaro. Wassef é advogado do filho senador Flavio Bolsonaro no caso Queiroz. E o filho investigado no esquema de rachadinhas da assembleia do RJ estava no encontro.
O motivo oficial, segundo relatado à Andréia Sadi, do grupo Globo, é que ele foi tratar de “questões de natureza jurídica, principalmente a respeito de matérias mentirosas que estão sendo ditas sobre o presidente”.
Ele, no entanto, negou que faça parte do ‘comitê’ que vai escolher o novo diretor-geral da PF e o novo ministro da Justiça. E foi além: quando indagado sobre a estranha e inadequada ida ele ao Alvorada, dias após a saída de Moro e Mauricio Valeixo, Wassef não viu relação:
“Mera coincidência”. Frederick Wassef, advogado de Flavio Bolsonaro.
Ramagem
O presidente Jair Bolsonaro teme processos contra a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. O presidente já se antecipou a eventuais ações judiciais, com auxiliares do presidente fazendo consultas informais até mesmo a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o risco de a indicação ser barrada.
Ramagem é próximo da família Bolsonaro e amigo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente. Carlos é investigado pela PF como um dos articuladores de um esquema criminoso para espalhar fake news. Bolsonaro quer Ramagem à frente da corporação que apura a conduta do próprio filho.
Atual diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Ramagem foi chefe da segurança de Bolsonaro em 2018, então candidato à Presidência da República, quando se aproximou de Carlos.
Pelos Filhos
Generais passaram o final de semana tentando fazer Bolsonaro a recuar da escolha de Jorge Oliveira para ser Ministro da Justiça. Eles Acham que o desgaste será “sem precedentes” essas escolhas pessoais.
Mas eles afirmam que o presidente “não ouve mais ninguém” fora do núcleo familiar e que, se tivesse ouvido, teria cogitado um substituto “no nível do Moro”.
Jorge Oliveira, no entanto, não escreveu livros nem tem mestrado ou experiência internacional. Cotado para o Ministério da Justiça, o amigo dos filhos do presidente tem apenas seis meses e meio de carteira da OAB e atuou em menos de dez processos. Mas ficaria tudo em família: Oliveira foi padrinho do casamento de Eduardo Bolsonaro.