26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Arthur Lira defende o Centrão em artigo: “Somos uma força moderadora”

Deputado alagoano tomou para seu grupo a “governabilidade, a previsibilidade institucional”

Arthiur Lira, líder do Centrão e Rodrigo Maia, presidente do Congresso

Em artigo na Folha, o deputado Arthur Lira (PP-AL) defendeu o grupo de partidos pequenos, o Centrão, que hoje se tornou o maior aliado do presidente Jair Bolsonaro no Congresso.

Tomando para si o papel de “realistas”, Lira essencialmente diz que seu grupo participa de todo e qualquer governo, independente de seu lado, para o que seriam tomadas de decisões difíceis e cruciais. O grande exemplo disse foi a reforma da Previdência, com ele evidenciando que seu grupo sempre votou Sim para a mesma, desde o governo FHC.

“Nós somos a quilha da nau da democracia, que é o Parlamento, a Casa do Povo. Nós somos uma grande maioria de parlamentares, de diversos partidos, que convergem em ideias centrais. Nós somos, em certo sentido, a governabilidade, a previsibilidade institucional. Nós somos o espaço majoritário que dá suporte aos consensos no território dos dissensos. Nós somos o tecido democrático mais espesso, que quando rasgado provoca rupturas. Nós somos um grande centro agregador de convergências políticas”. Arthur Lira (PP-AL), em artigo na Folha.

E contra o que ele chamou de crises geradas por ‘momentos de ódio e de bílis’, sempre direcionadas contra o Centrão, ele defendeu o apoio que seu partido ofereceu a Bolsonaro, apesar do mesmo, historicamente, atacar o “toma lá, da cá” que envolve estes partidos:

“Quando os partidos passam a compor e a influenciar políticas públicas do Executivo, estamos diante de um avanço, e não de um retrocesso democrático. Não são os partidos que estão sendo cooptados. É o presidente Jair Bolsonaro que faz um movimento institucional de ampla envergadura na direção da democracia e do resgate da mecânica e da legitimidade da prática política”. Arthur Lira.

Ele fala ainda em cenário de terra arrasada após ação da Lava Jato, mas não menciona que, como um dos líderes do centrão, foi acusado pela PGR de receber R$ 1,6 milhões em propina da empreiteira Queiroz Galvão.

E encerrou afirmando que precisamos do apoio das principais forças do país, dos empresários, dos trabalhadores, contra os efeitos que a pandemia provocou na Economia:

As nossas tarefas prioritárias são claras: estabilizar as finanças, socorrer os mais necessitados, fazer crescer a economia e o emprego. Não podemos aspirar a menos do que isso. O Brasil não merece menos do que isso. As infâmias passam. A história é que ficará. Arthur Lira.

Toma lá, da cá

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à TV BandNews, que, apesar da recriação do Ministério das Comunicações, mantém a promessa de campanha de reduzir o número de ministérios e “toma lá dá cá”.

“Nós não entregamos e ninguém do dito ‘Centrão’ me pediu ministério, estatais ou banco oficial. Então, nós estamos mantendo nosso compromisso de campanha. Assim está sendo feito e nós conseguimos nos aproximar desses partidos. Agora estamos sendo acusados de fisiologismo”. Jair Bolsonaro, presidente.

Segundo Bolsonaro, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) e genro do apresentador Sílvio Santos, indicado para comandar a pasta, é “amigo particular de muito tempo”.