19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade

Wagner Melo

Wagner Melo é jornalista profissional formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal/2000) e pós-graduado em Comunicação Empresarial pelo Cesmac (2010). Possui experiência em assessoria de imprensa, redação publicitária e passagem em veículos como a Gazeta de Alagoas (onde foi revisor, repórter de Cidades e Política e, posteriormente, editor-adjunto de Cidades) e Folha de S. Paulo (colaboração em Alagoas). Também foi repórter na Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) de Maceió e é coautor do livro “Maceió: Perspectivas e Desafios”.

Como a mentira e a hipocrisia sustentam os falsos defensores dos oprimidos

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Na sessão do Congresso do Dia da Mulher, a “deputada Nikole”, eleita por Minas Gerais com o nome de Nikolas Ferreira, subiu à tribuna da Câmara dos Deputados e protagonizou uma das cenas mais patéticas da história do Parlamento. De peruca, transicionou ao vivo e “defendeu” as mulheres, que estariam tendo os espaços ocupados por mulheres trans no esporte. Poucos dias depois, teve o mandato de vereadora por Belo Horizonte cassado pelo fato de, simplesmente, sua coligação ter fraudado a cota de candidaturas femininas. Cadê o discurso em defesa das mulheres agora, deputada? Considero que invisibilizar as mulheres na política provoca mais danos do que numa disputa esportiva. Sobre a participação de trans em competições, isso é motivo para outra discussão. Lógico que, se não for uma

Democracia e cidade – Vamos descentralizar?

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Por Thiago Eloi* Sempre pensei – e afirmei – que muitos problemas do Brasil se devem ao fato de sua extensão territorial. Nunca vi muito sentido em um país ser tão grande assim. Me parece mais difícil de gerir, embora uma provável solução esteja no federalismo, adotado em terras norte-americanas. Uma pesquisa do ano passado, feita pelo grupo Economist Intelligence Unit (EIU), traz uma informação interessante e desconhecida por muitos até agora: não há democracias plenas em países grandes. É isso mesmo que você leu. E o porquê é algo bem discutível. Bom, primeiro é preciso dizer que, com “países grandes”, estamos falando de países com mais de 100 milhões de habitantes. Nessa lista entram países como Rússia, China, EUA, Brasil etc. Confira o gráfico abaixo: De 14 países an

Direitos humanos: não deveria ser tão difícil defendê-los

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Até entre amigos, a gente vê essa cultura infame de que a resposta à violência é mais violência. Vejo, entre alguns, que a defesa ao "direito" de portar uma arma define até a escolha na hora de votar. O fator incentivo à barbárie define o voto mais do que qualquer proposta factível em áreas básicas, que reduziriam a violência de fato. Sem querer soar arrogante, isso é muita burrice. E a estupidez tem vários mensageiros, digamos, muito "sabidos". É o caso de políticos que convencem as pessoas que mais têm os direitos humanos desrespeitados de que os direitos humanos são algo ruim. Aliás, eles distorcem esse conceito e os incautos repetem a ladainha, achando que esse discurso os torna "do bem". Ora, se ter direito a um trabalho remunerado, à educação, saúde, agua tratada, saneamento
Campanha perfeita alerta com bom humor sobre ataques de tubarões em Recife

Campanha perfeita alerta com bom humor sobre ataques de tubarões em Recife

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Placas espalhadas pela orla da Grande Recife, em Inglês e Português, alertam: não entre na água senão um tubarão vai te pegar. O povo ignora e entra mesmo assim, insistindo em virar petisco. Na semana passada, minutos após uma adolescente perder o braço para um peixe numa área devidamente sinalizada, um homem voltou a entrar na água e foi retirado à força pelos guarda-vidas. Em meio a tanta falta de consciência, apesar das mais esforçadas tentativas de conscientização, a página Recife Ordinário lançou uma campanha arretada. Assertiva numa época em que as pessoas parece apenas entender uma mensagem se ele vier acompanhada de uma música chiclete e linguagem de meme, a campanha “Pernas Vivas” informa com bom humor sobre os riscos de se banhar em local proibido. Os mimizentos m
Phil Anselmo – tristeza e redenção

Phil Anselmo – tristeza e redenção

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*Por Thiago Eloi Sempre uso Phil Anselmo como exemplo quando quero citar algum artista sensível e que faça um som pesado. E essa sensibilidade é facilmente notada em músicas como "Hollow", "This Love" e outras. Afinal, estamos falando do cara que nos presenteou com um belíssimo cover de "Planet Caravan", clássico do Sabbath que nos mostra que não precisamos de alucinógenos para viajar sem sair do lugar. Sempre me identifiquei com essa coisa meio ambígua, onde encontramos letras sentimentais em pedais duplos e riffs pesados. Acho que por isso considero Phil um dos meus frontmen prediletos. Esses dias, pesquisando sobre outros projetos do cara, me deparei com En Minor, um som que ele mesmo chama de "depression core". Confesso que ainda prefiro aquele Phil meio ogro, berrando, ma

A alta dos juros resguarda os pobres? Ah, conta outra!

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É impressionante como a consciência de uma galera não pesa com o nível de maldade e as consequências de suas práticas que jogam uma maioria na miséria, enquanto meia dúzia se beneficia. A nova lorota é que a política de juros altos do banco central é boa porque resguarda os pobres. Uma das vozes mais ativas contra as injustiças no Brasil, a jornalista Hildegard Angel faz uso da boa e velha ironia para contestar os defensores do engessamento econômico provocado pelos juros exorbitantes. Segundo ela, essa política econômica resguarda os pobres “de comer, de conseguir emprego, de estudar, de se vestir, de morar, de comprar remédios, de adquirir alimentação básica por preços possíveis”. “Bonito ver como os economistas liberais, os farialimers, os banqueiros são bonzinhos e amam o p

Respeito é bom e preserva os dentes, Chupetinha!

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Conhecido como "Chupetinha", o deputado federal mineiro Nikolas Ferreira deu mais uma bola fora nesse fim de semana. Desta vez, contra a influenciadora Thais Carla. Bolsonarista, não poderia ser diferente: a ultima polêmica dele é relacionada a fake news. Chupeta atacou a influenciadora Thais Carla de forma gratuita. Ele postou uma foto da dançarina feita durante o ensaio de gravidez com o tema "Globeleza" e mentiu ao dizer que ela seria a musa do Carnaval da Globo deste ano. "Tiraram a beleza e ficou apenas o globo", escreveu, numa referência à forma física de Thaís Carla. A influenciadora reagiu ao ato imaturo do deputado e perguntou se Chupetinha estava pronto para o processo.   Ver essa foto no Instagram

Esporte é saúde e diversão, não combina com selvageria

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Se não existisse religião a serviço da política e da elite econômica, com certeza, o futebol seria a maior causa de ódio e intolerância entre humanos. As cenas de espancamento de um homem por oito covardes após o jogo CRB x ASA são revoltantes. Câmeras de segurança capturaram o crime. Veja (cenas fortes): Em nota, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) repudiou o ato de violência e informou que as 37ª e 41ª Promotorias de Justiça da capital (do Torcedor) já estão acompanhando o caso. O time do ASA também manifestou-se contra a “selvageria” de supostos torcedores do CRB contra o seu torcedor e assumiu o compromisso de prestar toda a assistência necessária ao alvinegro. O CRB condenou a atrocidade. A vítima tem 38 anos de idade e sofreu traumatismo craniano, além

Banco Central maquiou números que beneficiariam Bolsonaro

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O Banco Central revisou o fluxo cambial e dados de importação de 2022 e derrubou mais uma farsa do governo Bolsonaro. O resultado no último ano do governo anterior saiu de positivo para negativo. O déficit foi de 3,2 bilhões de dólares. Um “errinho de bilhões”. O resultado dessa conta em 2022 passou de uma entrada líquida de 9,574 bilhões de dólares para uma saída de 3,233 bilhões de dólares. Segundo o BC, devido a um erro na série histórica. “Por falha na rotina de compilação, nem todos os códigos de natureza cambial que entraram em vigor em outubro de 2021 foram incluídos no processo de apuração das estatísticas de câmbio contratado”, informou. Na verdade, isso não passou de uma maquiagem, como tudo no desgoverno Bolsonaro, para tentar beneficiar o candidato à reeleição. E que t

Tragédia yanomami é repetição do uso da religião para massacrar povos

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Durante discurso em 1988, na Câmara dos Deputados, o então parlamentar nanico e hoje ex-presidente Jair Bolsonaro lamentou o fato de o Brasil não ter dizimado os povos indígenas. O cidadão glorificou a Cavalaria Americana por “não ter mais esse problema em seu país”. A forma de pensar do foragido de Taubaté, as imagens e os fatos que vieram à tona no fim de semana não deixam dúvidas de que houve genocídio contra os yanomamis, por meio da desnutrição e de doenças tratáveis. Para piorar a situação, reportagem de O Globo mostra que havia recursos para evitar a tragédia, porém, o governo federal preferiu encher os cofres da ONG evangélica Missão Caiuá, que diz “estar a serviço do índio para a glória de Deus”. “Nesses quatro anos, foram R$ 872 milhões enviados a essa organização sediad