29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Bolsa tem novo dia desastroso, com suspensão dos negócios e dólar a R$ 4,95

O CMN aprovou nesta segunda medidas para facilitar a renegociação de dívidas, numa resposta aos impactos do coronavírus

A Bolsa de Valores brasileira precisou acionar novamente o “circuit breaker”, mecanismo automático que interrompe os negócios temporariamente em casos de grande desvalorização no mercado

Antes da interrupção, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, registrou queda de 12,53%, a 72.321,99 pontos. As retomar as negociações, por volta das 11h, a Bolsa caía 12,45%, a 72.381,93 pontos. Para que ocorra uma nova parada hoje, a queda precisa atingir 15%.

O mecanismo de “circuit breaker” teve de ser acionado antes da primeira meia hora de sessão, mesmo após medidas de bancos centrais para frear os efeitos nocivos da pandemia do novo coronavírus nas economias, com agentes céticos sobre a eficácia dessas ações.

O dólar comercial iniciou o dia em alta, voltando a se aproximar de R$ 5. Também às 11h, a moeda norte-americana avançava 2,91%, a R$ 4,953 na venda. Na última sexta-feira (13), o dólar fechou em alta de 0,57% a R$ 4,813 na venda. Foi o maior valor de fechamento desde a criação do Plano Real.

Crise

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta segunda-feira, em reunião extraordinária, medidas para facilitar a renegociação de dívidas, numa resposta aos impactos do coronavírus sobre a economia brasileira.

O governo também flexibilizou os requerimentos de capitais dos bancos nos próximos seis meses. A expectativa é que as medidas aumentem o fluxo de capital na economia brasileira e sirvam de incentivo para minimizar a crise.

As medidas dos principais bancos centrais pelo mundo geram expectativa de que o BC brasileiro antecipe corte na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 4,25%.

O Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela decisão, tem reunião marcada para esta terça e quarta-feira. Analistas do mercado esperam a Selic em 4% e reduziram a estimativa de crescimento em 2020 em 0,31 ponto percentual, a 1,68%.