28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro cala secretário da Receita e proíbe igrejas de pagarem imposto

Presidente disse não gostar da ideia de fiéis pagarem impostos sobre o dízimo; “E fiquem com Deus”

O presidente Jair Bolsonaro foi rápido em desautorizar o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que queria criar um novo imposto que acabaria com a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamento. O objetivo seria simplificar arrecadação no país, teria ampla abrangência e recairia inclusive sobre igrejas, hoje imune de impostos.

Mas, como sempre, no Twitter, o presidente apareceu em vídeo, se mostrou surpreso e não gostou da ideia de fiéis pagarem impostos sobre o dízimo. E em 41 segundos, ele foi enfático: disse duas vezes que nenhum imposto será criado para as igrejas.

“Quero me dirigir a todos vocês, dizendo que essa declaração não procede. Quero dizer que em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas, que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade, reclamam eles, em parte com razão ao meu entendimento, que há uma bitributação nessa área. Então, bem claro: não haverá novo imposto para as igrejas. Bom dia a todos. E fiquem com Deus”. Jair Bolsonaro, presidente.

R$ 350 Bilhões

De acordo com o secretário da Receita, o novo tributo incidiria sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com alíquota de 0,9% e rateado entre as duas pontas da operação

“A base da CP é universal, todo o mundo vai pagar esse imposto, igreja, a economia informal, até o contrabando”. Marcos Cintra, secretário da Receita Federal.

Na reforma tributária que está elaborando, o novo tributo substituiria a contribuição previdenciária sobre os salários, que drena R$ 350 bilhões por ano de empresas e trabalhadores.