O presidente Jair Bolsonaro confirmou o ex-advogado-geral da União André Luiz de Almeida Mendonça como novo ministro da Justiça e Segurança Pública e Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. As duas nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira (28).
No ano passado, Bolsonaro cogitou a indicação de seu Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal), pois ele se encaixava na definição “terrivelmente evangélico”.
Agora ex-AGU, Bolsonaro disse que Mendonça era um “advogado com ampla vivência e experiência no setor”. André Luiz de Almeida Mendonça tem 47 anos, 20 deles como advogado da União.
PF
Mendonça entra no lugar do ex-ministro Sergio Moro, que não concordou com indicações políticas na Polícia Federal, especialmente a saída de Maurício Leite Valeixo, exonerado pelo presidente do cargo de diretor-geral da PF. Em seu lugar, entrou Alexandre Ramagem.
Ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Ramagem é amigo de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que é investigado pela PF por esquemas criminosos de espalhar fake news.
“E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso, deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem”? Jair Bolsonaro, presidente.
Pelos Filhos
Generais passaram o final de semana tentando fazer Bolsonaro a recuar da escolha de Jorge Oliveira para ser Ministro da Justiça. Eles acham que o desgaste será “sem precedentes” essas escolhas pessoais.
Mas eles afirmam que o presidente “não ouve mais ninguém” fora do núcleo familiar e que, se tivesse ouvido, teria cogitado um substituto “no nível do Moro”.
Jorge Oliveira, escolha original para o ministro, não escreveu livros nem tem mestrado ou experiência internacional. Amigo dos filhos do presidente, ele tem apenas seis meses e meio de carteira da OAB e atuou em menos de dez processos. Mas ficaria tudo em família: Oliveira foi padrinho do casamento de Eduardo Bolsonaro.