19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Bolsonaro e o Pastor: um negócio muito além da China de R$ 144 milhões

Ou quando a corrupção se desenvolve de forma sorrateira, com “as bençãos” dos senhores

Bolsonaro e RR Soares: um negócio além da China comunista

Definitivamente, rico detesta pagar imposto. E não o faz. Prefere investir na bolsa, sentir-se o próprio rei do mercado financeiro e se dizer senhor da economia.

E aí tudo por ela.

Que o diga o Pastor evangélico R.R Soares que deve à Receita federal a bagatela de R$ 144 milhões.

O débito está inscrito na Dívida Ativa da União.

Mas, por pressão do Pastor, o presidente Jair Bolsonaro chamou os responsáveis pela Receita e, na presença do deputado federal Davi Soares (DEM-SP), que é filho de R.R. Soares, emitiu ordem de perdão para o missionário devedor, no estilo mais preferido.

-Estou mandando resolver esse assunto.

Como para bom entendedor meia palavra basta, a revolta entre os técnicos da Receita foi geral. Afinal, eles são cobrados a não perdoar um centavo sequer do devedor comum.

Ou seja, do assalariado que declara imposto de renda.

Só que com os senhores do mercado financeiro, seja ele pastor evangélico ou o rei do gado, a história é completamente diferente.

Isso é prevaricação. Aliás, é corrupção latente. A dívida perdoada do pastor terá um resultado prático e definido na campanha eleitoral da família Bolsonaro, frequentadora das igrejas neopentecostais.

Perdoa-se a dívida do fisco e se ganha os votos dos fiéis. Um negócio além da China. Senão seria uma negociata comunista.

Corrupção clara. Que se desenvolve de forma sorrateira, com as bençãos dos senhores.

Não há só o Pastor Soares como devedor da União. Que o diga o deputado pastor Marco Feliciano, amigo da família presidencial, que faz lobby no Planalto para o perdão das dívidas das igrejas evangélicas.

As igrejas faturam na cobrança dos dízimos dos fiéis, enchem sacos de dinheiro, enriquecem pastores, eles investem no mercado financeiro e até levam dinheiro para fora do País. Como têm o que todo político adora, preferem não pagar impostos.

Perdoai senhor, perdoai…

Mas, convenhamos, não são só as igrejas. No Congresso Nacional há a bancada BBB – do Boi, da Bala e da Bíblia.

Trata-se um grupo formado pelos representantes do agronegócio, militares e milicianos e das igrejas evangélicas. Todo grupo apoiador incondicional do governo Bolsonaro. E eles sabem o porquê.

Dados da Procuradoria da Fazenda Nacional revelam que a cada três empresas que devem ao fisco uma é do agronegócio.

Ao todo, 30% das empresas ou empresários ligados à produção rural brasileira devem R$ 335 bilhões à União.

Grande parte desse dinheiro foi levado pelos devedores para a bolsa de valores, para a alegria geral do mercado financeiro.

Esses são os senhores da economia que querem as igrejas lotadas e os trabalhadores nas ruas em plena pandemia.

Sem falar no gado solto a berrar.

Perdoai senhor…

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