25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro inclui salões e academias como essenciais e pega Teich de surpresa

Apesar do decreto, o Supremo Tribunal Federal já tinha definido que estado e municípios podem fixar regras próprias 

O ministro da Saúde, Nelson Teich, foi pego de surpresa durante coletiva de imprensa ao ser questionado sobre o novo decreto presidencial. É que por meio de uma edição extra do Diário Oficial da União, publicado no final da tarde desta segunda-feira, 11, o presidente Jair Bolsonaro, sem ao menos comunicar oficialmente, atualizou a lista de serviços essenciais acrescentando atividades de salões de beleza, barbearias e academias de esportes. Confira o vídeo:

Teich e sua equipe entraram numa “saia justa” na coletiva. “Isso aí saiu hoje?”, pergunta o ministro. “Não passou [respondendo aos jornalistas que o ministério não foi consultado]. Não é atribuição nossa. É decisão do presidente. A decisão de atividades essenciais é uma coisa a ser definida pelo Ministério da Economia. “, respondeu.

Logo depois, o ministro foi questionado, se não seria recomendável que a equipe de Saúde participasse desse debate. Ele ficou em silêncio por alguns segundos e, depois, disse que precisaria “pensar melhor” sobre o tema.

Mas apesar do decreto, o Supremo Tribunal Federal (STF) já tinha definido que estados e municípios podem fixar políticas de saúde, principalmente sobre questões preventivas de combate a pandemia.

Como de costume, Jair Bolsonato fez a publicação do decreto em suas redes sociais. Em um dos comentário, seu filho, Carlos Bolsonaro destacou que as inclusões valorizam o bem-estar psicológico por meio de atividades físicas e autoestima. Ele ainda atacou ignorando, como o pai, a necessidade do isolamento: “Os calças encravadas e petistas vão propositalmente na contramão”.

Ação do presidente continua contrariando a maioria dos governadores do País. A decisão reforça que Bolsonaro continua priorizando a área da economia, enquanto centenas de pessoas morrem diariamente devido a pandemia.