20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Bolsonaro: ‘Interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério’

Presidente discursou para garimpeiros de Serra Pelada no Palácio do Planalto e afirmou que irá analisar envio das Forças Armadas para região

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (1º), que “o interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério”. De boca cheia e em cima de uma cadeira, a afirmação aconteceu em discurso a garimpeiros de Serra Pelada (PA) em frente ao Palácio do Planalto, após Bolsonaro receber representantes do grupo.

O presidente afirmou ainda que irá divulgar um vídeo sobre a exploração do grafeno que, ajudaria a “abrir a cabeça da população”, e voltou a criticar o líder indígena Raoni Metuktire , dizendo que ele não fala pelos índios. E falou que os mineradores eram mais felizes na ditadura.

“Esse vídeo é muito bom para abrir a cabeça da população de que o interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério. E o Raoni fala pela aldeia dele, fala como cidadão, não fala pelos índios, não. É outro que vive tomando champanhe e em outros países por aí”. Jair Bolsonaro, presidente.

Os garimpeiros pediamm uma “administração militar” da área e fazem parte da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). Bolsonaro afirmou que enviará as Forças Armadas se houver amparo na lei.

Propina de estrangeiros

O presidente afirmou que, “pelo que parece”, empresas estrangeiras pagam propina para não terem crimes ambientais divulgados, mas não especificou a quais companhias estava se referindo.

“O mundo, muitas vezes, (fica) criticando o garimpeiro. Agora, a covardia que fazem com o meio ambiente, empresas de vários países do mundo fazem aqui dentro do Brasil, ninguém toca no assunto porque a propina, pelo que parece, pelo que parece, corre solta, pelo que parece”. Jair Bolsonaro.

Bolsonaro também disse que a mineradora Vale cometeu um “crime” na década de 1990, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, dizendo que a Vale do Rio Doce abocanhou, no governo FHC, o direito mineral no Brasil.

Em nota, a Vale informou que não tem atividades em Serra Pelada nem qualquer operação de mineração subterrânea no Pará.