26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Bolsonaro não acredita no nº de mortos, mas diz que ‘alguns vão morrer, lamento, é a vida’

Presidente disse que País não pode quebrar por causa de um vírus e fala de novo em histeria

Foto: Joedson Alves, Agência EFE

O presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva ao Brasil Urgente, da Band, nesta sexta-feira (27). E novamente, cheio de contradições e factoides, minimizou o coronavírus, pediu o fim da quarentena, o retorno ao trabalho e voltou a criticar o governador de São Paulo, João Doria.

Desta vez, ele disse não acreditar no número de mortos no Estado. Ele ainda chamou o governador João Doria, seu desafeto político, de “papagaio de auditório” e que não interessa a opinião dele.

“No Rio de Janeiro, até os dados de ontem, 9 óbitos, e 58 em São Paulo. Eu sei que a população tem uma diferença, mas está muito grande para São Paulo. Não pode ser um jogo de números para favorecer interesses políticos. Não estou acreditando nesses números. São Paulo não está no caminho certo, a população já entendeu que Doria exagerou na dose, espero que ele tome um comprimido de humildade”. Jair Bolsonaro, presidente.

O presidente afirmou ainda ter lido estudos que muitas das mortes atribuídas ao vírus não tem a ver com a doença.

“Muitos me criticaram, mas hoje tem muita gente achando que tudo isso é uma histeria. Tem que desfazer esse clima de pânico; pânico também é doença, e voltar à normalidade”. Jair Bolsonaro.

O presidente reforçou ainda o discurso contra o isolamento social, que muitos países estão seguindo e que é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para Bolsonaro, existe um interesse em desestimular os investimentos no País.

“O Brasil não pode quebrar por causa de um vírus. Tentam quebrar o Brasil com esse alarmismo. O maior remédio para a doença é o trabalho. Quem pode trabalhar, tem que voltar a trabalhar. Não pode se esconder, ficar de quarentena não sei quantos dias em casa e está tudo bem. Não é assim. Alguns vão morrer, vão morrer, lamento, é a vida. Não pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito”. Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, portanto, além de não acreditar no número de mortos, acredita que a pandemia que parou países da Europa e todos os eventos esportivos, incluindo as Olimpíadas, foi feito exclusivamente para quebrar o Brasil.