Em menos de um ano de governo, Jair Bolsonaro decidiu abandonar o discurso que pregava o fim do loteamento de cargos para obter apoio político. Assim, a história da “nova política” foi morta e sepultada.
No Palácio do Planalto o presidente foi convencido por ministros de que é preciso premiar partidos leais a suas propostas. Dar-lhes cargos, recursos e outros mimos mais.
Com isso, o governo acertou a distribuição de 15 mil cargos comissionados com os deputados e senadores que apoiarem, por exemplo, a indicação de Eduardo Bolsonaro, o filho, para a Embaixada dos Estados Unidos.
Os 15 mil cargos de confiança vão fazer a festa dos parlamentares em suas bases eleitorais. Notadamente da turma sedenta do centrão.
Bolsonaro designou o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, responsável pela articulação com o Congresso, para conduzir o processo do loteamento dos cargos públicos com os congressistas
Ele, de pronto, comparou as indicações políticas a uma espécie de dote de Jair para um “casamento” longevo e fiel com o Congresso.
A primeira fatura desse loteamento, a ser cobrada pelo governo de Bolsonaro, será o fim da CPI da Lava Jato que foi aprovada na Câmara. Depois dela, o enterro da CPI das Fakes News.
Em verdade, vos digo, o tama lá da cá enfim se abriu de modo explícito.