Por Wagner Melo, jornalista
Estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) indica que, em 231 cidades do Brasil, o número de eleitores é maior do que o de habitantes. No Nordeste, são 52 nesta situação. Rio Grande do Norte (16) e Paraíba (12) lideram na região. Em Alagoas, apenas um município entra nessa estatística, a CNM não diz qual.
Entre as cidades nordestinas, a maior diferença entre o número de eleitores e de moradores ocorre em Cumaru (PE) – são 3.396 votantes a mais do que habitantes. Em Severiano Melo (RN), a diferença é de 2.999.
No Brasil, 75 municípios com este perfil são de Minas Gerais, 29 de São Paulo e 20 de Santa Catarina. Os números foram obtidos a partir do cruzamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Eles causam estranheza, porém, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Glademir Aroldi, têm uma explicação:
“Se por um lado isso pode ser explicado pela mobilidade das pessoas que mudam o domicílio eleitoral para suas cidades de origem ou para cidades litorâneas, podemos também alertar para uma reclamação constante dos gestores municipais – a de que as suas respectivas populações estão subestimadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, dispara.
Já o TSE faz a distinção entre o domicílio civil, no qual o cidadão fixa sua residência de forma definitiva, e o domicílio eleitoral, “abarcando a localidade na qual o eleitor comprova residência acrescida de envolvimentos afetivos, familiares e sociais”.
São explicações plausíveis, porém, entre a choradeira dos prefeitos e a desconfiança da população na classe política, é sempre bom manter o olho aberto.