23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Cargo que Regina Duarte quer não existe e teria de ser criado por decreto

Qualquer vaga seria considerada um mimo para a atriz, que desistiu de um salário de mais R$ 50 mil mensais na Globo

A atriz Regina Duarte continua recebendo normalmente o salário de mais de R$ 15 mil destinado ao cargo de secretária especial da Cultura, mesmo após ter sido afastada do mesmo no último dia 20.

Sua exoneração não foi publicada no “Diário Oficial da União” e a atriz espera ser nomeada, no mínimo, pelo mesmo salário como suposta chefe da Cinemateca em São Paulo. Só que esse cargo sequer existe.

Considerado um mimo para a atriz, que desistiu de um salário de mais R$ 50 mil mensais na Globo para entrar no governo Bolsonaro, a vaga para Regina continuar assalariada ainda precisa ser encontrada. Ou criada.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL) chegou a admitir na CNN Brasil (onde Duarte deu aquela desastrosa entrevista) que a atriz saiu “triste” e que ganhou cargo na Cinemateca para não ficar “desamparada”, depois de perder contrato na TV Globo.

Cinemateca

Governo e entidade precisariam renovar o contrato com a Fundação Roquette Pinto ou uma outra entidade, no mínimo, para a manutenção da Cinemateca, que tem cerca de 150 funcionários especializados, mas eles estão sem receber desde abril.

Em seu acervo, há desde filmes originais do desbravamento da Amazônia pelo Marechal Rondon, no início do século 20, até rolos de filmes da campanha Expedicionária do Brasil na 2º Guerra. Além de inúmeros filmes e documentários que contam a história não só do cinema brasileiro, mas da história do país.

Regina mesmo, tem zero experiência no assunto cuidados e restauração de filmes. Seria apenas um nome de luxo, mas só se o governo renovar o contrato para a manutenção da Cinemateca. E isso precisa ocorrer inadiavelmente até de 8 de junho, quando caiu o último salário da que já foi um dia a namoradinha do Brasil.

E se não der?

Tudo indica que a vaga na Cinemateca não deve acontecer. E já há uma opção em estudo para a atriz: nomeá-la para algum cargo federal nível DAS (Direção e Assessoramento Superior) em São Paulo, no montante de também cerca de R$ 15 mil mensais.

Isso porque o governo federal ainda deve cerca de R$ 11 milhões em valores atualizados à Roquette Pinto, que também cuidava da TV Escola e a TV Ines (voltada para o público surdo).

De qualquer forma, Regina precisa de uma ajudinha para se manter em um cargo. Qualquer cargo. Ainda mais depois de ter ajudado a destruir qualquer tipo de reputação que tinha.