26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Chesf e Defesa Civil alertam dobra da vazão do São Francisco e risco de alagamento

Áreas ribeirinhas de cidades como Piranhas e Pão de Açúcar estão em alerta

Barragem Sobradinho. Foto: Roberto Viana (de 2006)

Na noite desta terça (31), a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) alertou que o reservatório de Sobradinho ultrapassou 60% do seu volume útil.

E por causa disso, a vazão do Rio São Francisco dobrará, a partir desta quarta-feira, 1º de abril, passando dos atuais 550 metros cúbicos por segundo para 1.100 m³/s.

O aumento da vazão deve implicar em áreas ribeirinhas de cidades como Piranhas e Pão de Açúcar e orienta que residências e estabelecimentos comerciais da área sem desocupados

Diante deste alerta da Chesf, o coordenador da Defesa Civil estadual, Moisés Pereira, reforçou a necessidade de prevenção, com a saída da população ribeirinha

“Vai elevar as águas da parte do baixo São Francisco, do Xingó até a foz. Consequentemente, aqueles bares ribeirinhos e casas, que foram construídos às margens do rio poderão ficar alagados. Com certeza, amanhã teremos vários pontos, principalmente mais próximo às barragens, onde estão os bares e restaurantes de Piranhas, Pão de Açúcar e Canindé do São Francisco. Com certeza terão suas áreas alagadas”. Moisés Pereira, coordenador da Defesa Civil estadual.

Semarh

A Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos hidricos de Alagoas informa que 1.100 m³/s ainda é a vazão mínima regulamentada por lei para o Rio São Francisco.

Mas com o grande cenário de seca que se instalou desde 2014, os reservatórios não tinham volumes suficientes para manter esta vazão até o período chuvoso do ano seguinte, então foram baixados decretos para baixar esta vazão para 900m³/s, 800 m³/s e chegando até 550 m³/s.

Como a Barragem de Sobradinho está com mais de 60% de armazenamento e três Marias quase 100%, as simulações de operação dos reservatórios mostraram que a vazão do rio pode voltar a condição mínima de 1.100 m³/s.

“Então esta vazão não deverá ter impactos no Rio, inclusive de acordo com outro ofício de 3 de março de 2020, durante este mês de março já se praticou no defluências apartir de Xingó com variação entre 790 e 1360 m³s e que não causou danos a população ribeirinha”. Nota da Semarh.