8 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Contra a Covid-19, decreto desta quarta-feira pode impor lockdown em Alagoas

Regras mais rígidas buscam reduzir a curva de crescimento do novo coronavírus e impedir um colapso hospitalar

No balanço desta terça-feira (19), o novo coronavírus mostrou que segue avançando em Alagoas. Já são 4.319 casos positivos e 234 óbitos confirmados. Isso tudo na véspera do término do atual decreto com medidas de segurança contra os avanços da Covid-19 em Alagoas.

Em número de mortos, Alagoas é o 10º no país, apesar se sua população ser inferior a estados como Minas Gerais (167 mortos), Rio Grande do Sul (151), Paraíba (219) ou Santa Cararina (91).

E com o avanço do número de notificações e a redução contínua de leitos disponíveis, infelizmente, a tendência é piorar. A menos que medidas mais duras sejam tomadas. Como o lockdown.

As regras mais rígidas são uma tentativa de reduzir a curva de crescimento do novo coronavírus no estado e impedir um colapso hospitalar como aconteceu em outros estados, em que as pessoas morriam em casa, pois não havia vagas em UTIs.

Renan Filho já deixou claro: não descarta o lockdown. Este é inclusive a recomendação do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, de que quando a rede hospitalar atingir 80% de capacidade, é preciso fechar tudo. O presidente do TJ/AL, Tutmés Ayran, já avisou: não hesitaria em acarar a decisão.

Apesar disso, ainda não há consenso. O lockdown é um último caso, uma medida que só deve ser tomada quando não há mais uma saída. E se os efeitos econômicos são enormes com medidas mais “amenas”, um fechamento total pode ser desastroso para economia.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems), e secretário de Saúde do município de Jundiá, Rodrigo Buarque, diz que “ainda não é hora para o bloqueio total”.

“O isolamento social é necessário. O lockdown preocupa porque é o bloqueio total e afeta outros sistemas, não só saúde. A economia, por exemplo. Acredito que podemos insistir mais alguns dias com essas medidas de isolamento, pois através de declarações de infectologistas, de pesquisadores, e pelo trabalho que estamos desenvolvendo, creio que devemos esperar mais um pouco”. Rodrigo Buarque, presidente do Cosems.

Só que vidas humanas importam mais. O lockdown já ocorre em cidades do Rio de Janeiro, Pará, Tocantins, Amapá, Roraima e Paraná, não sendo necessariamente em todo o estado. Entidades como a Sociedade Alagoana de Infectologia sugeriu a medida nem que seja para a região metropolitana da capital. Ele pode ocorrer em algumas cidades. Algumas regiões. Alguns bairros.

“Concluímos a partir das análises acima descritas, que há um possível benefício da aplicação de lockdow na região Metropolitana de Maceió, que compreende 13 municípios”. Nota da Sociedade Alagoana de Infectologia.

A Fecomércio/AL, por exemplo, é contra. Mas não dará para fugir disso. Mesmo que não seja a hora certa para o bloqueio total, com a população não ajudando no isolamento ou distanciamento social, medidas mais extremas precisarão ser tomadas.