24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Coronavírus: EUA bate recorde com mais de 2 mil mortes em 24 horas

Apesar dos números alarmantes, ninguém quer reabrir o país mais do que o presidente Donald Trump

Os Estados Unidos se tornaram o primeiro país do mundo a superar as 2.000 mortes pelo novo coronavírus em um dia, com mais 2.108 mortes registradas em 24 horas, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins às 20h30 (horário local) de sexta.

O número total de mortes registradas nos Estados Unidos é de 18.586, já muito perto do país mais afetado, a Itália, com 18.849 mortes, mas com uma população cinco vezes menor.

Os Estados Unidos também se aproximam de meio milhão de casos de contágios declarados oficialmente da doença, ou mais de 35.000 casos registrados em 24 horas.

Nova Yorque, o epicentro

A percepção do tamanho da tragédia do coronavírus na cidade de Nova York ganhou novos contornos depois que vieram à tona imagens de pessoas com trajes especiais enterrando caixões em valas comuns nesta sexta-feira (10).

Um drone registrou a operação em Hart Island, região usada há mais de 150 anos por autoridades para enterros daqueles sem parentes próximos ou de famílias sem condições financeiras para arcar com os custos.

Cerca de 25 pessoas costumam ser enterradas por semana na ilha, de acordo com a agência de notícias Associated Press. Mas, em meio à pandemia da covid-19, os enterros no local passaram a acontecer cinco vezes por semana, com cerca de 24 deles por dia, diz o porta-voz do Departamento Penintenciário Jason Kersten.

Nova York tem 170 mil casos, cerca de 10% de todos os casos registrados no mundo até agora, 1,6 milhão. A cifra supera os casos registrados na Espanha (153 mil) e na Itália (143 mil), mas o número de mortes é menor.

Comércio

E apesar dos números alarmantes, ninguém quer reabrir o país mais do que  o presidente Donald Trump. A afirmação é do próprio vice-presidente Mike Pence, sobre a retomada das atividades nos EUA a partir de maio, menos de dois meses após ter colocado o país sob orientações rigorosas de distanciamento social.

A previsão tem preocupado especialistas de saúde dentro e fora do governo, que acreditam que a reabertura precoce e sem planejamento, mesmo que apenas em estados que não apresentem surto, como defende Trump, pode causar uma segunda onda de transmissões no país.

E se no Brasil não estamos nem perto destes números e o presidente já insiste em retornar à normalidade, a situação nos EUA parece ser bem pior.