O contágio da covid-19, provocada pelo novo coronavírus, está em ampla aceleração em alguns estados. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram 1.056 mortes só nesta sexta-feira de feriadão.
Se comparado com a semana passada, é um aumento de 144%, quando eram 432 vítimas fatais. Em Alagoas, não houve novas mortes relatadas, mas a confirmação do total de infectados saltou de 37 para 45.
E os números batem com todas as projeções anteriores, mas o Brasil de forma geral, relaxou. O distanciamento social, prática para impedir grande avanço de contágios, nem sobrecarregar o sistema de saúde (e assim “achatar a curva”), vem falhando gradativamente.
E o governo federal tem grande culpa nisso. Mais precisamente o presidente Jair Bolsonaro.
No mesmo dia em que o país passou dos mil óbitos, o presidente Jair Bolsonaro voltou a desrespeitar as normas de distanciamento social sugeridas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelo próprio Ministério da Saúde.
Ele chegou a coçar o nariz com o punho e cumprimentar três pessoas na sequência, incluindo uma idosa. Há quem diga que o ato tenha sido irresponsável, mas ele sabe perfeitamente o que está fazendo.
Não contente em desresepeitar as indicações de seu próprio ministério da Saúde, Jair Bolsonaro, cuja comitiva teve 24 infectados com coronavírus, passa a mão no nariz e aperta, com esta mão, as mãos de pessoas. Acho que é, talvez, o melhor vídeo sobre como NÃO agir na pandemia. pic.twitter.com/dXLP8n4UL9
— William De Lucca (@delucca) April 10, 2020
E quando (não é mais questão de “se”) os números de casos confirmados e mortos dispararem, ele precisa ser responsabilizado por suas ações. Todos os que seguem cegamente o presidente nessa estão dificultando o trabalho de contenção do covid-19.
Curiosamente, em um anseio por salvar logo a Economia de vez e reabrir os comércios, não estão enxergando o quadro a longo prazo: quando menos efetivo for o distanciamento social, mais tempo precisaremos praticá-lo.
E a última coisa que queremos é que o Brasil registre centenas de mortes por dia, como aconteceu com Espanha, Inglaterra e Itália. Ou, pior que registre milhares diariamente, como os Estados Unidos.
No Brasil, o marco de 1.000 óbitos foi atingido no país apenas 25 dias após a confirmarão da primeira morte. A Itália, país com o maior número de mortos pela epidemia, demorou 21 dias para atingir essa marca. Portanto, o número de mortos já está acima do esperado para a curva de infecção no Brasil.