25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Datafolha: Em processo de fritura, Moro tem aprovação mais alta que Bolsonaro

Alvo de alfinetadas do presidente e tem sofrido derrotas no Congresso, ele é o ministro mais popular e bem avaliado

Superando o próprio presidente Jair Bolsonaro no apoio da população, o juiz Sergio Moro continua como o ministro mais bem avaliado do governo. Isso segundo a pesquisa nacional do Datafolha, feita na quinta (29) e sexta-feira (30) da semana passada.

Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, a taxa mais alta na Esplanada. Destes, 54% avaliam sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótima ou boa. Outros 24% a consideram regular, e 20%, ruim ou péssima —2% não responderam. Na outra ponta, Guedes tem a segunda melhor avaliação, com 38% avaliado como ótimo ou bom.

Comparando com o presidente, Bolsonaro é avaliado por 30% como regular e 38% considera o chefe do Executivo como ruim ou péssimo (2% não responderam). Vale lembrar que esse nível de aprovação acontece em meio às constantes frituras do presidente, derrotas no Congresso e às mensagens da Vaza Jato.

A avaliação de Moro se manteve intacta desde o último Datafolha, em julho: naquele mês, eram 55% os que consideravam sua gestão boa ou ótima, 21% avaliavam como regular e outros 21% como ruim ou péssima (3% não responderam). Nesse meio tempo, Moro viu Bolsonaro interferir na escolha de cargos da Polícia Federal, que está subordinada ao Ministério da Justiça, e minar sua autoridade.

E nesta semana, o presidente disse que Moro não tinha “malícia” da política e que era ingênuo até chegar ao governo. Bolsonaro também afirmou que o nome de Moro não seria aprovado pelo Senado em uma eventual indicação para ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Nomeação que, até maio, estava garantida ao ex-juiz da Lava Jato.

Vaza Jato

Na pesquisa de julho, cerca de um mês após a publicação das primeiras reportagens (em 9 de junho), 58% reprovaram sua conduta nas conversas com procuradores da Lava Jato e disseram que suas decisões como juiz deveriam ser revistas. Ainda assim, 55% eram contra a possibilidade de ele deixar o cargo.