Confesso que não dava valor ao Felipe Neto.
Para mim, era só mais um youtuber bobão, aquela gente com milhões de seguidores e que, diante de tanta influência, não sabe direcioná-la para o bem. Fútil é a palavra que uso para definir essas pessoas.
Enganei-me, felizmente.
Ele tem sido uma das figuras públicas mais corajosas na luta contra o obscurantismo e o autoritarismo, o que já parece ser uma ameaça real.
Seu vídeo anunciando que deixaria de seguir influencers “isentões”, que se preocupam mais em não perder seguidores do que em colaborar a combater o protofascismo foi uma sublime provocação.
Corajoso é o rapaz, que conseguiu reunir inimigos dos dois lados.
Sim! Foi gente de esquerda que resgatou um vídeo antigo dele, acusando Lula de ser corrupto e dizendo que preferiria votar em Bolsonaro.
Esquecem eles que, pouco depois, Felipe Neto declarou voto em Haddad. Arrependeu-se a tempo, ao observar o suicídio coletivo que mais de 57,7 milhões de brasileiros iriam cometer nas urnas.
Uma bobagem dessa gente radical, que acha que, isolada, vai vencer a guerra contra tudo isso que está aí.
As forças “câncervadoras” se uniram e venceram a eleição.
Hoje, querem se dissociar disso que está aí.
É preciso saber separar quem é oportunista e quem se deixou levar pela onda maligna conservadora, pela manipulação midiática e até de operações da Polícia Federal que deixaram de ser realizadas para não prejudicar o “mito”.
Como já ouvi por aí, nem todo mundo que votou em Bolsonaro é imbecil. Mas todo imbecil votou em Bolsonaro.
Aos progressistas não rancorosos: é preciso abraçar os arrependidos de coração ou, se preferirem isolar, afundar abraçados uns aos outros.