28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
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Fim do mundo é amanhã e vó do Considerado quer rendez vous no quintal de casa

A previsão do calendário maia é que o mundo se acaba neste domingo

Nildinha, vó do Considerado, quer Calígula no rendez vous do quintal de casa

Depois de uma leitura rápida na internet, o Considerado se deparou com a informação de que o mundo vai se acabar neste domingo, 21 de junho de 2020.

A informação está baseada em profecias e calendários da civilização maia. A rigor, ele, como a maioria, sequer sabe o que é isso. Mas, a notícia corre à rede.

-Vó, você sabia que o mundo vai se acabar amanhã? – Que história é essa seu desmiolado, já não basta esse vírus miserável está matando nossos amigos? – Reagiu dona Nildinha com a provocação do Neto.

-Do que vocês estão falando? – Questionou a Cega Dedé, acostumada a ouvir histórias do fim do mundo. -Nada Dedé; é loucura desse menino…

Genebra ou Zinebra: a velha aguardente

Mas, o Considerado contou a história do Calendário Maia. A previsão feita anteriormente era de que o mundo se acabaria em 21 de dezembro de 2012. Agora os americanos descobriram na NASA que houve um erro no calendário e que a data do fim do mundo é 21 de junho de 2020.

Portanto, amanhã, domingo de missa, de culto, de churrasco e cachaça. De preferência da boa. Cachaça ruim no isolamento é mortal.

-Desde menina que ouço muita gente dizer que o mundo vai se acabar, mas ainda estou aqui. Mas, se for pra morrer amanhã, prefiro chegar lá com minha Zinebra. – Disse Dedé, procurando a garrafa de aguardente de gengibre.

Dona Nildinha resolveu devolver a provocação para o Considerado. Perguntou ao neto o que ele iria fazer com a certeza de que o mundo se acabaria mesmo no dia seguinte?

-Eu ia tomar umas com meus amigos do bar do Gabi. – Disse. -Isso não é novidade. Você já faz sempre. – Reagiu a vó.

Ele pensou, coçou a cabeça e emendou:

-Eu ia dar um rolé com o babá.

-Ia o quê?

-Sair pelo mundo com o meu amigo…

-Com o Batoré?

-E o que é que tem?

-Não sei… Eu levava mais fé em você.

Nildinha disse ao neto que neste caso teria  uma ideia melhor. E propôs uma reunião festiva com os integrantes do grupo do Gabiru no quintal de casa. Ela bancando tudo: comida, bebida, músicos, enfim, um grande ‘rendez vous’. Só faria uma exigência: – Quero aquele dr. Coleguinha trajado de Calígula, ao meu lado.

Considerado olhou para a vó disparou: -A senhora tem uma tara estranha…Só por que viu o dedo do cara? -Eu conheço a ginga do homem pelo dedo. -Disse a velha assanhada.

-E o que a senhora faria na festa vó?

-Eu faria a dança do ventre no pole dance…

-Mas aqui não tem pole dance.

-Mas tem uma goiabeira que faz o mesmo efeito

-Meu Deus,goiabeira é só para ministra

-Duvido que eles não gostassem…

-A senhora não é mais um menininha.

-Hoje as coroas são mais charmosas…

-Nem no fim do mundo.

-Pergunte ao seu amigo bailarino da zabumba?

-A senhora andou com o Cordeirão da zabumba?

-Eu queria comer o purê, mas na coleta sobrou o Zabumba.

-Que vergonha vó.

-Vergonha é tu querer sair pelo mundo com o Batoré.

-Não se trata disso.

-Pois se for pra morrer feliz eu vou com Caturité, Branca de Neve, Tonelada, Braço de Pistola, Papudão, qualquer um dos seus amigos, mas chego no céu aliviada…

-Aí vai ser difícil…

-Por quê não?

-Essa turma não é mais de nada.

-Nem na hora da morte?

-Quando a senhora entrar no pole dance eles morrem de susto antes.

 

 

 

 

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