23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Flávio Bolsonaro agora encara irregularidade de uma outra assessora

Nathalia é filha do mencionado pelo Coaf que movimentou de forma atípica mais de R$ 1,2 milhão em 13 meses

Funcionária legislativa ligada ao deputado fluminense e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) desde 2007, Nathalia de Melo Queiroz trabalhou como recepcionista em uma rede de academias no Rio no mesmo período em que aparecia na folha de pagamento da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Já o filho do presidente eleito divulgou nota oficial negando “qualquer ilegalidade ou irregularidade” na atuação de Nathalia de Melo Queiroz como assessora parlamentar no seu gabinete.

Em 2011, Nathalia acumulava as aulas da faculdade, o emprego fixo como recepcionista e cargo na Alerj, primeiro no departamento de taquigrafia e debates, no qual ficou até julho daquele ano, cujo salário bruto era R$ 2.950,66.

Em agosto de 2011, a jovem recebeu outra atribuição na Casa: assessora direta de Flávio Bolsonaro. Ela permaneceu na função até dezembro de 2016 com vencimentos de R$ 9.835,63 mensais.

Nathalia é mencionada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no relatório que identificou movimentação atípica em nome do pai dela, que também trabalhou como assessor de Flávio, no valor de R$ 1,2 milhão (referente apenas ao período de 13 meses, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017).

Na época, ela era funcionária de Flávio e transferiu para o pai R$ 84.110,04. Na quinta-feira (13), o filho mais velho de Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou sobre o caso por meio das redes sociais e negou qualquer irregularidade.

Bolsonaro

O amigo de Jair Bolsonaro, e paí de Nathalia, Fabrício de Queiroz, movimentou R$ 1,2 milhão no período de um ano, enquanto servia como assessor e motorista no gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito, na Assembleia Legislativa do Rio.

A movimentação na conta de Queiroz foi considerada “atípica” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele depositou até mesmo um cheque de R$ 25 mil reais para Dona Michele, esposa de Bolsonaro. O presidente eleito afirmou que o repasse se deve ao pagamento de um empréstimo que fez ao ex-assessor, no valor total de R$ 40 mil.

“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai achar os R$ 40 mil”. Jair Bolsonaro.

O amigo de Bolsonaro fez 176 saques de dinheiro em espécie de sua conta em 2016. Uma retirada a cada dois dias naquele ano. E mais da metade dos depósitos em espécie recebidos, pelo ex-motorista de Flavinho, aconteceram no dia do pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio ou até três dias úteis depois.