Os nove governadores do Nordeste aprovaram na tarde de hoje um documento no qual exigem do governo Bolsonaro a suspensão imediata do corte de 96 mil benefícios do Bolsa Família, em meio a uma tesourada que em março atingiu 158.452 bolsas em todo o país.
“Não justifica, neste momento de calamidade que nós estamos vivendo, o governo federal, só no Nordeste, cortar 96 mil benefícios só neste mês. É preciso ter alguma sensibilidade social e proteger as pessoas mais pobres”. Rui Costa (PT), governador da Bahia e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste.
Cortes em peso
Ao contrário da promessa de ampliar o programa em meio à crise social gerada pela doença Covid-19, o Ministério da Cidadania fez um corte de 158.452 bolsas.
O Nordeste voltou a ser a região mais afetada: dos 158,4 mil benefícios a menos em março, 96.861 (ou 61,1% do total) foram retirados justamente da região que responde por metade dos benefícios totais do país.
Em janeiro deste ano, o governo federal já havia priorizado Sul e Sudeste na concessão de novos benefícios do Bolsa Família. Naquele mês, os estados nordestinos, que concentram 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, receberam apenas 3% dos novos benefícios. Sul e Sudeste responderam por 75% das novas concessões.