19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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Guilherme Palmeira, um democrata de respeito, segundo amigos e oposição

Da grandeza na política ao bom humor na roda de amigos

Guilherme Palmeira entra para a história como um democrata

Guilherme Gracindo Soares Palmeira, “o Guillerme”, como assim chamavam os amigos dele, era uma espécie de unanimidade entre os homens verdadeiramente de bem em Alagoas.

Nos cargos públicos que ocupou deixou sua marca como gestor e pessoa leal aos princípios de dignidade, justiça e respeito à cidadania.

No governo de Alagoas, sua função mais emblemática para os alagoanos, na reta final da ditadura militar, agiu, no entanto, como um democrata, que fez do diálogo à direita e à esquerda sua principal marca.

Para isso levou ao seu governo (1979 a 1982) um time de colaboradores com esquerdistas, direitistas, centristas e até isentões, que trabalharam em função do desenvolvimento do Estado.

José Bernardes Neto, Evilásio Soriano, Padre Humberto Cavalcanti, José de Melo Gomes, Rui Guerra, Pedro Oliveira, José Osmando de Araújo, Esdras Gomes, Mário Lira, Vinicius Maia Nobre, Antonio Alves, entre outros tantos nomes que brilharam nesse período, cada um em suas áreas específicas. Alguns deles com passagens como líderes de esquerda no movimento estudantil.

As manifestações que surgiram pós a morte de Guilherme Palmeira reforçam toda a imagem que ele tinha como homem que se cercava de um bem querer. Não havia espaço para o contrário.

Em sua manifestação no  Twitter, o governador Renan Filho disse que “antes de tudo era um democrata convicto”. Renan, o senador, disse que era “um democrata, um homem do diálogo e da temperança”.

“Um homem de palavra direta e honrada”. Assim definiu o conselheiro José de Melo Gomes. “Guilherme foi o maior símbolo da dignidade de um homem público”, pontuou Pedro Oliveira, jornalista,  que foi seguido pelo colega José Osmando de Araújo: “Guilherme representava respeitabilidade, dignidade, grandeza, retidão”. “Um homem sem picuinhas, que pensava no bem estar do seu povo”, Esdras Gomes.

“Ele honrou todos os cargos que exerceu”. Destacou o ex-prefeito Corintho Campelo. “Foi um homem na política que debatia com a oposição com civilidade”, Ênio Lins. “Ele dialogava e respeitava os contrários com altivez e dignidade”, Paulão, deputado federal.

“Guilherme foi genial na política, na amizade e no adorável bom humor que ele tinha”, Acrescentou Fernando Moura, advogado.

O bom humor e a risada para o alto de Gulherme Palmeira era uma outra marca que os amigos costumam ouvir nas horas de lazer. Ele não dispensava uma boa vodka em mesa de bar. Era comum em campanhas eleitorais encontrar pessoas a dizer: “Vou votar no Guilherme por que ele é como eu: gosta de tomar umas”.

E a grandeza do político alagoano, Guilherme Palmeira, também foi retratada em artigo da jornalista Helena Chagas, filha do jornalista Carlos Chagas. Ela foi nesta segunda-feira, 04, ao restaurante Piantella, que está fechando em Brasília, buscar uma foto do pai, quando fez a citação em artigo sobre o pai, e os acordos políticos que foram feitos no lugar, sempre em defesa da democracia:

-Peguei o retrato do Carlos Chagas na mesa e esbarrei com o do Guilherme Palmeira, outro personagem daquele acordo dos idos de 1994 e uma excelente fonte. Àquela altura, não sabia que ele havia se ido hoje também. Vejo as fotos que restaram e penso que a história que cada um deles ajudou a construir nos últimos 40 anos pode até estar meio fora de moda, mas não será esquecida nem superada. Porque democracia, liberdade e justiça às vezes perdem batalhas, mas não a guerra.

Enfim, Guilherme Palmeira entra para a história como um democrata de respeito.