20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Líder do centrão, Arthur Lira é acusado de corrupção pela PGR

Aliado de Bolsonaro foi denunciado ao STF receber R$ 1,6 milhão de propina da empreiteira Queiroz Galvão

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), um dos parlamentares mais influentes da Câmara e que tem liderado o movimento de aproximação dos partidos do chamado centrão com o presidente Jair Bolsonaro, foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sob acusação de corrupção passiva.

Na denúncia, já encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a Procuradoria acusa Lira de receber R$ 1,6 milhão de propina da empreiteira Queiroz Galvão em troca de apoio do PP para a permanência de Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras.

De 2004 até pelo menos 2017, Lira teria se juntado ao núcleo político de organização criminosa formada por lideranças de outros partidos da então base governista “para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a administração pública, notadamente para a arrecadação de propina”.

De acordo com a representante do Ministério Público Federal, esse grupo agia para desviar recursos de órgãos públicos da administração direta e indireta tais como Petrobras, Caixa Econômica, Ministério das Cidades, entre outros.

Lira e Bolsoanro

Líder do PP, Lira teve ao menos três encontros recentes com Bolsonaro, que está distribuindo ao centrão cargos de segundo e terceiro escalão em troca de apoio no Congresso. O primeiro, a diretoria-geral do Dnocs (departamento de obras contra a seca), foi entregue ao Avante, em uma intermediação feita por Lira.

O parlamentar, de 50 anos, é filho do ex-senador Benedito de Lira, e está em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara, tendo sido vereador nos anos 1990 e deputado estadual na década seguinte. ​

Só na Lava Jato, Lira já é réu em outros dois processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Isso após ter indicado um nome de seu partido para a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O FNDE é um cofre de R$ 54 bilhões que pende do organograma do Ministério da Educação, comandado pelo ministro Abraham Weintraub, o mesmo que foi flagrado dizendo que Brasília é um “cancro de corrupção.”