Se alguém imaginava piamente que uma “nova política” estaria se instalando no Brasil, com a eleição de Jair Bolsonaro, se enganou redondamente. A dita “velha política” está mais viva do que nunca.
Viva e com poder suficiente para atingir seus objetivos, apesar de todos os rompantes do mandatário do Planalto.
Basta saber que para conseguir aprovar projetos como a Reforma da Previdência, o governo cedeu e não foi pouco aos interesses dos velhos e viciados políticos do parlamento nacional. Não apenas abriu os cofres da União, como também passou a distribuir cargos com os parlamentares em troca de apoio.
Esta semana, o governo iniciou o pagamento da fatura cobrada aos deputados da bancada de Alagoas.
O deputado federal Arthur Lira (PP), por exemplo, líder do centrão na Câmara, recebeu seu lote de cargos aqui no Estado e vai comandar a Codevasf, que já estava com ele, desde o governo Dilma Rousseff.
A Codevasf movimenta um orçamento milionário, pois além da sua verba de custeio e investimentos, ainda recebe alto volume de recursos de emendas parlamentares.
O deputado federal, Marx Beltrão (PSD) recebeu o Porto de Maceió. Por lá navega a produção oriunda do PIB alagoano, bem como as exportações e importações não só deste Estado, mas até de outras regiões que operam nos portos dependendo do valor do frete.
Outro que já recebeu sua cota foi o deputado Nivaldo Albuquerque (PTB) que ficará com o comando da Funasa. Esta, no entanto, já não tão valorizada como em governos passados, mas ainda assim uma boa estrutura de apoio para fortalecer ações políticas.
Ainda estão a cobrar suas pagas os deputados Severino Pessoa (PRB) e Sérgio Toledo (PR).
Ou seja, a promessa de que o toma lá da cá seria coisa do passado ficou no pó da beira da estrada dos cafundós. Aqui, a política continua a mesma.
Novo até agora só a intolerância dos fanáticos que tem surgido como uma ameaça real à vida democrática.