28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Novas manchas chegam, ameaça santuário em AL e Salles ainda não tem respostas

Uma faixa de praia de aproximadamente 200 metros foi atingida em Japaratinga

Vazamento de petróleo em Alagoas: mancha de óleo gigante aparece em Jarapatinga. Foto: Felipe Brasil, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas / Divulgação

Uma faixa de praia de aproximadamente 200 metros em Japaratinga, litoral norte de Alagoas, foi atingida com uma extensa mancha de óleo. E segundo o Ibama, há também vários pontos da praia com o material, inclusive próximo ao santuário do peixe-boi, em Porto de Pedras. A mancha é a maior que surgiu no litoral alagoano desde o início da crise ambiental, no início de setembro.

As novas manchas também atingiram o município vizinho de Porto de Pedras, onde há um santuário do peixe-boi, espécie ameaçada de extinção. No local há um projeto de conservação para proteção do animal marinho.

Segundo o mais recente balanço do Ibama, até ontem havia o registro de 167 praias contaminadas, em 72 municípios do Nordeste. As manchas de petróleo têm aparecimento concentrado no norte da Bahia e no norte de Alagoas —com uma distância superior a 300 km entre os pontos dos novos surgimentos.

Ministro Ricardo Salles participou de vistoria na praia de Japaratinga, em Alagoas, afetada por mancha gigante de óleo. Imagem: Felipe Brasil, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.

Ministro Salles

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que participou do sobrevoo sobre o litoral de Alagoas, “aparentemente o estuário do peixe-boi não foi atingido, mas as praias do entorno foram”.

O ministro afirmou em Maceió que não é possível saber quanto ainda existe de óleo no mar nem como prever se novas manchas aparecerão no litoral nordestino. Ele fez um sobrevoo nesta tarde também no litoral da Bahia para conferir as novas manchas de petróleo que surgiram e poluíram as areias nos dois estados.

“Ao que tudo indica é o mesmo óleo das novas manchas que as correntes marítimas, a movimentação de marés, move e faz com que ele toque na costa e retroceda. Mas não sabemos quanto desse óleo está no mar. Então, ele toca na praia e a gente retira para evitar que ele volte ao mar”. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

O ministro voltou a dizer que o óleo encontrado no litoral é de origem origem venezuelana, mas afirmou que não acredita na hipótese de um vazamento ativo do fundo do mar.

“Se é óleo vazando do fundo do mar, não é do fundo do mar brasileiro, porque ele é venezuelano; ou seja, se tiver, está vindo de poço muito distante. A hipótese mais provável, mas não é a única, é que tenha vazado de um navio, seja durante transporte de um navio para o outro, seja uma avaria ou despejamento”. Ricardo Salles.