28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Novos ministros assumem nesta quarta-feira

Nomes que dividirão os andares do Palácio do Planalto, mantendo relações mais diretas com o futuro presidente, serão os primeiros a ocupar postos

Um dia depois da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, os 22 nomes confirmados para o primeiro escalão do futuro governo assumirão, em diferentes horários, o comando das pastas que comporão a Esplanada dos Ministérios a partir de 2019.

Nomes que dividirão os andares do Palácio do Planalto, mantendo relações mais diretas com o futuro presidente, serão os primeiros a ocupar postos.

As primeiras transmissões de cargos marcadas para as 8h serão, conjuntamente, dos novos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, da Secretaria de Governo, General Santos Cruz, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno.

Sergio Moro assumirá a Justiça e Segurança Pública também pela manhã. A pasta comandada pelo ex-juiz federal  abarcará atribuições de áreas que, atualmente, estão distribuídas em outros Ministérios como o de Segurança Pública e Trabalho (registros sindicais).

Ainda pela manhã, Marcos Pontes recebe o bastão das áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação e do atual Ministério das Comunicações na Esplanada e o Almirante Bento Costa e Lima, o de Minas e Energia. A primeira mulher confirmada para o primeiro escalão de Bolsonaro, atual deputada Tereza Cristina, assume a Agricultura. Depois de um pronunciamento, a nova ministra já empossa os secretários da pasta.

Pela tarde

No período da tarde, ocorrem as transmissões de cargo de ministro da Cidadania e Ação Social para Osmar Terra e da Saúde para Luiz Mandetta.

Três dos atuais ministros do governo Temer repassam suas atribuições a Paulo Guedes às 15h. O futuro Ministério da Economia abarcará funções que hoje são divididas entre Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

A partir das 15h, assumem ainda Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), General Fernando Azevedo (Defesa), Ricardo Vélez Rodriguez (Educação), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). No fim do dia, o diplomata Ernesto Araújo toma posse na sede do Ministério de Relações Exteriores, em solenidade marcara para as 17h.

Com a manutenção de Wagner Rosário no comando da Controladoria-Geral da União, não haverá solenidade neste caso. Ainda há definições de horários em aberto, como é o caso das pastas do Meio Ambiente, a ser ocupada por Ricardo Salles, e do Desenvolvimento Regional, que terá o atual secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Gustavo Canuto, como ministro. Canuto administrará funções que hoje estão divididas entre os ministérios das Cidades e da Integração Nacional.

Novos Ministros

  • Osmar Terra: Ministério da Cidadania
    Ex-ministro do Desenvolvimento Social no governo Temer, Osmar Terra assume o Ministério da Cidadania, que vai fundir as atribuições dos ministérios do Esporte, da Cultura, além da Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), vinculada atualmente ao Ministério da Justiça. A pasta será responsável por programas como o Bolsa Família. Terra é uma indicação de diversas frentes parlamentares que atuam no Congresso Nacional, como a da assistência social, de pessoas com deficiência, idosos e doenças raras.
  • Tereza Cristina: Ministério da Agricultura
    Deputada federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, a engenheira agrônoma e empresária do agronegócios Tereza Cristina é a ministra da Agricultura. Ela é presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e tem uma longa trajetória no setor. Ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André Puccinelli (MDB). Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país.
  • Paulo Guedes: Ministério da Economia
    O economista Paulo Guedes, que acompanhou Bolsonaro durante a campanha, ocupará o “superministério” da Economia (unindo Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio). Ele será responsável pelas principais medidas do governo, como corte de gastos públicos. Guedes tem 69 anos, é formado em economia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e com mestrado pela Universidade de Chicago. É conhecido no meio acadêmico, tendo lecionado na PUC-Rio e na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi um dos fundadores, em 1983, do Banco Pactual. Ajudou a fundar o Instituto Millenium, um centro de pensamento econômico, e também foi sócio-fundador do grupo financeiro BR Investimentos, que se tornaria parte da Bozano Investimento.
  • General Fernando Azevedo e Silva: Ministério da Defesa
    O general Fernando Azevedo e Silva é militar da reserva e atuou como assessor do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli. Azevedo e Silva foi chefe do Estado Maior do Exército e comandante da Brigada Paraquedista antes de ir para a reserva. Natural do Rio de Janeiro, Azevedo e Silva foi declarado aspirante a oficial da Arma de Infantaria, em 14 de dezembro de 1976. Foi comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista (de 2007 a 2009); comandante do Centro de Capacitação Física do Exército (2009 a 2011); diretor do Departamento de Desporto Militar e presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil do Ministério da Defesa (2012). Foi presidente da Autoridade Olímpica (de 2013 a 2015) e comandante militar do Leste, no Rio de Janeiro, em 2016.
  • Onyx Lorenzoni: Casa Civil
    O deputado federal Onyx Dornelles Lorenzoni (DEM-RS) será responsável por acompanhar, de forma integrada, as principais políticas públicas dos demais ministérios, coordenar os balanços de ações governamentais, publicar nomeações e exonerações, além de auxiliar na tomada de decisões do chefe do Executivo. Antes da posse, Onyx coordenou a equipe de transição de governo.
  • Sergio Moro: Ministério da Justiça e da Segurança Pública
    O juiz, que era responsável pela Operação Lava Jato, assume o Ministério da Justiça (fusão com a Secretaria de Segurança Pública e Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Coaf). Moro assumiu, há mais de quatro anos, a condução da Operação Lava Jato, apontada pelo Ministério Público Federal como o maior escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil. Decisões do juiz levaram à prisão, além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de empresários e diretores de grandes corporações brasileiras, como a Petrobras e a Odebrecht, políticos e parlamentares. Moro é natural de Maringá (PR), formou-se pela Universidade Estadual de Maringá, com mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Paraná. Para ingressar no governo Bolsonaro, Moro deixou para trás 22 anos de magistratura.
  • Ernesto Araújo: Ministério das Relações Exteriores
    Diplomata há 29 anos, Ernesto Fraga Araújo, era diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty antes de assumir como chanceler. O diplomata de 51 anos nasceu em Porto Alegre e é formado em Letras. Mais recentemente, o diplomata serviu na Alemanha, no Canadá e nos Estados Unidos. Atuou como subchefe de gabinete do então chanceler Mauro Vieira, de 2015 a 2016.
  • Tarcísio Gomes de Freitas – Ministério da Infraestrutura
    Tarcísio Gomes de Freitas assume o Ministério da Infraestrutura, que vai abranger os setores de transporte aéreo, terrestre e aquaviário. Ele foi nomeado diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura Transporte (DNIT) em 2011. Gomes de Freitas iniciou a carreira no Exército, mas acabou ingressando, por concurso, no quadro de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). É formado em Engenharia Civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti.
  • Ricardo Vélez Rodríguez: Ministério da Educação
    Filósofo é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Ricardo Vélez Rodríguez assume o Ministério da Educação. Ricardo Vélez Rodríguez nasceu em Bogotá, tem 75 anos, e graduou-se em Filosofia e Teologia. Veio para o Brasil fazer pós-graduação nos anos 1970, sempre na área de Filosofia, obtendo o título de mestre e depois de doutor por universidades do Rio de Janeiro. Ricardo Vélez Rodríguez é autor de diversos livros, tendo dedicado sua carreira à docência universitária e à pesquisa. Chegou a ser Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade de Medellín, entre 1975 e 1978, quando retornou brevemente à Colômbia. Desde 1979, fixou residência no Brasil e deu aulas em universidades do Rio de Janeiro, Londrina e Juiz de Fora, tendo participado da criação de cursos de pós-graduação em Pensamento Político Brasileiro.
  • Luiz Henrique Mandetta: Ministério da Saúde
    Ortopedista pediátrico, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), de 53 anos, assume o Ministério da Saúde a partir de janeiro de 2019. Formado pela Universidade Gama Filho (UGF) com especialização na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e na Fellow da Emory University, em Atlanta (EUA), Mandetta iniciou a vida pública como secretário de Saúde do município de Campo Grande (MS) em 2005. Foi eleito deputado federal em 2010 e em 2014. No ano passado, não disputou as eleições.
  • André Luiz de Almeida Mendonça: Advocacia-Geral da União
    Advogado da União desde 2000 e com pós-graduação em Governança Global, André Luiz de Almeida Mendonça assume a Advocacia-Geral da União. Com pós-graduação em Governança Global, Mendonça é advogado da União desde 2000 e foi procurador seccional da União em Londrina. Ele também coordenou a área disciplinar da Corregedoria da AGU.
  • General Carlos Alberto Santos Cruz: Secretaria de Governo
    O general-de-divisão é o secretário de governo. O órgão tem status de ministério. A principal missão de Cruz será a articulação com o Congresso Nacional e com partidos políticos e o diálogo com estados e municípios. Ele ocupou a Secretaria de Segurança Pública durante o governo do presidente Michel Temer (MDB) entre 2017 e 2018. Nascido em Rio Grande (RS), em junho de 1952, o general formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Resende/ RJ), comandou as tropas da ONU na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti entre 2007 e 2009. Cruz também fez parte do grupo de conselheiros da ONU para a revisão do reembolso aos países contribuintes de tropas em missões de paz. Em 2012, assumiu a chefia de assuntos militares da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Em 2013, foi comandante das tropas na Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo (Monusco).
  • Damares Alves: Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos
    A advogada Damares Alves assume o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Assessora do senador Magno Malta (PR-ES), comanda a pasta criada pelo governo Bolsonaro. O novo ministério também vai agregar a Fundação Nacional do Índio (Funai). Ela tem o apoio de setores evangélicos e terá como prioridade políticas públicas para mulheres.
  • Gustavo Canuto: Ministério do Desenvolvimento Regional
    Atual secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto assume o Ministério do Desenvolvimento Regional. A pasta deve agregar as atuais atribuições dos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, além de assumir programas importantes como Minha Casa Minha Vida, de habitação, e ações relacionadas a obras contra a seca e infraestrutura hídrica. Natural de Paranavaí (PR) Canuto é servidor efetivo do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, integrante da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. É graduado em Engenharia de Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Também já trabalhou em outros órgãos federais, como Secretarias de Aviação Civil, Secretaria Geral e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
  • Ricardo Salles: Ministério do Meio Ambiente
    Advogado e administrador, Ricardo de Aquino Salles foi secretário particular de Alckmin entre 2013 e 2014 e secretário de Meio Ambiente de São Paulo de 2016 a 2017. Em 2006, participou da fundação do Movimento Endireita Brasil (MEB), juntamente com quatro amigos. A entidade ficou conhecida por criar o Dia da Liberdade de Impostos em São Paulo, em 2010, evento que ocorre no mês de maio. É formado em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cursou pós-graduação nas universidades de Coimbra e de Lisboa, além de ter especialização em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas.
  • Almirante Bento Costa Lima de Albuquerque: Ministério de Minas e Energia
    O almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior assume o Ministério de Minas e Energia. Ele estava atuando como diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Nascido no Rio de Janeiro, Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior começou a carreira na Marinha em 1973. Foi comandante em chefe da Esquadra, chefe de gabinete do Comando da Marinha e comandante da Força de Submarinos Brasileira. No exterior, o almirante atuou como observador militar das forças de paz das Nações Unidas em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina.
  • Marcos Pontes: Ministério da Ciência e Tecnologia
    Astronauta próximo a Bolsonaro, Marcos Pontes fica à frente do Ministério de Ciência e Tecnologia. Oficial da reserva, ficou conhecido por ter sido o primeiro astronauta brasileiro, enviado para o espaço, em 2006, em uma parceria do governo brasileiro com a Nasa, a agência espacial norte-americana.
  • Marcelo Álvaro Antônio: Ministério do Turismo
    O deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL) é o ministro do Turismo. Ele está no segundo mandato e foi o deputado mais votado de Minas Gerais nas últimas eleições, com mais de 230 mil votos. Integra a frente parlamentar evangélica no Congresso.
  • Wagner de Campos Rosário: Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União
    Servidor de carreira e ex-capitão do Exército, Wagner de Campos Rosário continua no cargo de ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que ocupa desde maio de 2017. Natural de Juiz de Fora (MG), Wagner Rosário tem 43 anos e é auditor Federal de Finanças e Controle desde 2009. Graduado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras e mestre em Combate à Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, também já atuou como Oficial do Exército. Rosário é o primeiro servidor de carreira da CGU a assumir o cargo de secretário-executivo e ministro da pasta.
  • Gustavo Bebianno: Secretaria-Geral da Presidência da República
    O advogado Gustavo Bebianno é o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Presidente do PSL durante a campanha eleitoral, Bebianno terá como principal atividade a modernização e a desburocratização do Estado e fará do núcleo mais próximo do presidente.
  • General Augusto Heleno: Gabinete de Segurança Institucional
    Oficial da reserva, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira assumirá o (GSI) Gabinete de Segurança Institucional. Augusto Heleno tem 71 anos, foi comandante das tropas da Missão das Nações Unidas no Haiti de 2004 a 2005. Entre 2007 e 2009, o general exerceu a função de Comandante Militar da Amazônia. De 2011 a 2017, atuou no Comitê Olímpico do Brasil (COB).
  • Roberto Campos Neto: Banco Central
    O economista Roberto Campos Neto, de 49 anos, deve comandar o Banco Central. Executivo do banco Santander e neto do ex-ministro Roberto Campos, Campos Neto substituirá Ilan Goldfajn, que não aceitou o convite para permanecer no cargo. Formado em economia, com especialização em finanças, pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Campos Neto tem 49 anos. Entre 1996 e 1999, ele trabalhou no Banco Bozano Simonsen, onde ocupou os cargos de operador de Derivativos de Juros e Câmbio, operador de Dívida Externa, operador da área de Bolsa de Valores e executivo da Área de Renda Fixa Internacional. De 2000 a 2003, trabalhou como chefe da área de Renda Fixa Internacional no Santander Brasil. Em 2004, ocupou a posição de Gerente de Carteiras na Claritas. Ingressou no Santander Brasil em 2005 como operador e, em 2006, foi chefe do setor de Trading. Em 2010, passou a ser responsável pela área de Proprietária de Tesouraria e Formador de Mercado Regional e Internacional. Para assumir o cargo de presidente do Banco Central, Campos Neto precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e ter seu nome aprovado. O plenário da Casa também precisa referendar a indicação. O cargo de presidente do Banco Central tem status de ministro.