29 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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O ataque desrespeitoso a toda forma de conhecimento

Os idiotas têm um argumento fajuto em defesa dos cortes de recursos das universidades federais: na mente vazia deles, as pessoas andam peladas e usam drogas nas instituições de ensino superior.

Choca-me como é fácil manipular os desfavorecidos intelectualmente. Lança-se uma mentira, repete-a e, pronto: não adianta mostrar como as universidades são importantes para o desenvolvimento do país.

É delas que saem estudos com impacto científico, social e econômico. Os conservas desprovidos de massa encefálica não sabem que, na verdade, as universidades públicas produzem mais de 99% da pesquisa no Brasil.

Estes dados são do estudo “Pesquisa no Brasil – Um relatório para a Capes”, feito pela empresa norte-americana Clarivate Analytics, e se referem ao período de 2011 a 2016.

O relatório conclui que somente a Petrobras e a indústria farmacêutica fazem investimentos relevantes na produção científica.

E prestem atenção: das 20 Universidades que mais produziram, 15 são federais e cinco estaduais, lideradas pela Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em entrevista concedida no ano passado ao Jornal Primeira Página, de São Carlos-SP, Epitácio Macário, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), disse o óbvio:

“A predominância absoluta das universidades públicas na produção de Ciência e Tecnologia (C&T) no Brasil deveria implicar em maior investimento no setor e não no corte de orçamento, que é o que vem fazendo os últimos governos. É também um dos fatores ligados ao custo das instituições públicas que procuram manter o tripé ensino, pesquisa e extensão”.

O desmonte das universidades é um projeto. O ataque deste desgoverno á inteligência e ao pensamento, também.
Assistimo passivamente a tudo isso. Temo pelo futuro do Brasil. Não conheço país que saiu da lama sem investir na educação.

O Brasil vai na contramão e, no lugar de corrigir a trajetória, acelera rumo ao desastre.