Com Wagner Melo, jornalista
Se depender de Claudionor Araújo, um dos principais líderes tucanos no Estado, esta sexta-feira, 4 de maio, pode marcar “uma profunda alteração no atual panorama político e por consequência uma grande mexida no tabuleiro do xadrez da sucessão estadual”. O cenário de candidatura única, “e de vitória ‘com os pés nas costas’, pode ser desfeito”, alfineta Araújo, destacando a data como prazo que o deputado estadual Rodrigo Cunha pediu para dizer se é candidato ou não ao governo de Alagoas.
No momento, parece que o governador Renan Filho (MDB) deve vencer a eleição por W.O., mas, se Rodrigo Cunha disser “sim”, o jogo pode mudar.
Isso porque o parlamentar, jovem, com uma história familiar marcada pela tragédia, é um adversário forte. Sua imagem é de um político ficha-limpa e que pode, sim, ser “vendido” como uma opção diferente para o eleitor. Sem rejeição, também é um nome capaz de unir a oposição na disputa contra o Calheirismo.
Por outro lado, Rodrigo Cunha corre o risco de perder uma eleição praticamente ganha para a Câmara Federal ou de tentar uma vaga para o Senado, para a qual também é bem cotado. Nenhuma possibilidade pode ser descartada, visto que o jovem deputado admite que tem viajado pelo Estado e ouvido lideranças locais.
“Quem acha essa possibilidade (de candidatura) impossível, bote as barbas de molho”, avisa Claudionor Araújo, alimentando o clima de suspense.
Para a oposição, pode ser o tudo ou nada. A pressão é grande sobre o filho de Ceci Cunha. E a expectativa é grande nos dois lados. Os tucanos sabem que o tempo para viabilizar uma candidatura é curto, mas mantêm a esperança.
Mesmo sendo Rodrigo a imagem do novo, não esqueçamos que para governar é preciso observar bem os aliados. E também escolher com serenidade os representantes no Parlamento.
Vamos ver se esta eleição será uma vitória com os pés nas costas, como sonham filho e pai, Calheiros, ou se será, como diz o ditado popular, uma “briga de cachorro grande”.