E a nova era da prosperidade prometida pelo fundamentalismo político dos que comandam o País ainda não pintou por aqui.
Aquela velha ladainha de que o “estado mínimo” seria a redenção do País e de sua economia não passou de uma grande ilusão, que custou caro à qualidade de vida de milhões de brasileiros desempregados, sem renda e à margem da inclusão social.
Em nome do canto de sereia do mercado financeiro, o Congresso Nacional destruiu direitos trabalhistas com o argumento de que iria gerar mais empregos no País.
Realizou uma reforma da previdência que fulminou o sonho da aposentadoria dos trabalhadores sem privilégios – do setor público e privado – menos dos militares e de castas poderosas palacianas. Isso tudo em nome da economia…
Isto é, entregaram tudo ao setor privado” por que ele resolve”, seus “parasitas”. Assim, teríamos, todos, melhorias na qualidade de vida e fartura na mesa e nos bolsos.
Só que não. Os resultados da economia são ridículos e o “pibinho” de 1,1% é o retrato do atoleiro econômico em que o País se meteu. Há quem lucre sim. Mas, não o povo trabalhador brasileiro, nem os 13 milhões de desempregados. Sem falar no famoso dólar de quase R$ 5,00, mas que só traz lucro a não menos famosa classe do “mercado”.
Ah, sim. Diz o chefe do Planalto, que seria Chefe da Nação – mas “governa” para uma facção – que a culpa do PIB insignificante é da imprensa.
Como parte dela poderia perguntar-lhe: -Que culpa tenho eu cara branca? Ah, as críticas a inexistência de governo incomodam?
Se há ainda um mínimo cuidado com alguma coisa no País é exatamente por que a imprensa fiscaliza e leva ao conhecimento da sociedade, como deve ser em um regime democrático. O contrário disso todos sabem o que é.
Se sua excelência não sabe, é preciso que lhe digam que no jornalismo, a notícia “é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado. O resto é propaganda”. Essa é uma máxima mundial, desde Cidadão Kane, de Orson Welles.
O certo é que em meio a fracassos e fracassos de um governo incompetente, vai sempre aparecer alguém para colocar a culpa de sua incapacidade de gestão em outros atores.
E de bodes expiatórios, desculpas esfarrapadas e grosserias indecorosas tem vivido esse governo.
Hoje é a imprensa a culpada. Amanhã, quem sabe, poderá ser a Cega Dedé, lá de PJ. Ela que, quando ainda enxergava, leu Millôr Fernandes:
-Jornalismo é oposição. O resto é secos e molhados.