17 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
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O quereres de Jair Bolsonaro: ‘quem manda sou eu’. Só faltou o ‘talkei’

Em mais um rompante ele deixou claro que não vai se sujeitar a uma ‘canetada’ do STF

Bolsonaro: desautorizado em uma “canetada” de Alexandre Moraes

O ex-presidente Lula teve seu nome indicado pela então Presidente Dilma Rousseff (PT) para ser ministro da Casa Civil. Era, naquele momento, uma espécie de último recurso político do governo para por fim à crise de governabilidade que consumia a gestão. O ano, 2016.

Dilma, na verdade, queria garantir também um certo foro privilegiado para Lula não ser preso pela Lava Jato, que, diariamente, dizia na Globo que iria prendê-lo.

Juntaram-se o Ministério Público Federal e mais todos os aqueles movimentos que “defendiam” um País livre(?), democrata, respeitador das leis, entre outros slogans que criaram para o benefício eleitoral futuro. Foram ao STF e pediram para impedir a posse do ex-presidente.

De pronto o Supremo atendeu. Numa decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes. Houve foguetório, comemoração, champanhe estourada e Gilmar foi brindado como “o magnífico”. Enfim, ele serviu ao propósito da moçada e o resultado é o que aí está.

Agora, para evitar que seus familiares e amigos sejam investigados pela Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro, resolveu demitir o diretor geral da Polícia Federal e colocar no lugar dele um delegado parceiro, amigo da família, que lhe permita influenciar nas investigações sem quaisquer melindres.

Aqueles movimentos do passado, hoje quase todos no poder, silenciaram. Coube ao PDT entrar com a ação no STF para impedir a nomeação do delegado Alexandre Ramagem, o homem da família Bolsonaro, para o lugar de Maurício Aleixo, que era da confiança do ex-ministro Sérgio Moro.

Eis que o ministro Alexandre Moraes, em liminar, decidiu vetar a nomeação de Ramagem, alegando a ingerência indevida de jair Bolsonaro na instituição PF.

Não é preciso dizer que os mesmos que aplaudiram Gilmar por ter vetado Lula condenaram Moraes por ter impedido Ramagem na Federal.

Principalmente seu Jair que deixou transparecer, em mais um rompante, que não iria se submeter “a uma canetada” contra a sua decisão.

“Quem manda sou eu e eu quero Ramagem lá”. Imperou. Faltou só o “talkei”.

Enfim, nesses tempos de pouca autonomia e muito vírus, vale mais soltar a voz  com “o quereres”:

-Onde queres o sim e o não, talvez/ E onde vês, eu não vislumbro razão.