O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) determinou neste domingo a suspensão por três dias da visitação ao ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, depois que este foi atingido pelo vazamento de óleo nas praias do Nordeste.
O santuário na Bahia é a mais extensa bancada de corais do Brasil e do Atlântico Sul, que resguarda, justamente por causa disso, a maior biodiversidade marinha da porção sul do Atlântico. A região possui ainda a maior produção pesqueira da Bahia, movimentando aproximadamente R$ 100 milhões por ano e provendo sustento a mais de 20 mil famílias.
O fechamento é para não atrapalhar as atividades de prevenção, controle e remoção do óleo e minimizar possíveis danos à saúde dos visitantes. A depender do possível avanço das partículas de óleo na região, a suspensão das visitas pode ser prorrogada.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sobrevoou o parque no sábado (2) e, em Porto Seguro (a 715 km de Salvador), afirmou que “não tem bola de cristal” para estimar o volume e a dinâmica do vazamento do óleo que atingiu as praias do litoral nordestino.
“É um óleo difícil, que vem a meia água. O radar não pega, o sonar não pega, o satélite não pega. A gente tem uma visualização dele quando chega na água. É difícil, a gente não tem um bola de cristal em relação a isso”. Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa.
Abrolhos
Criado pelo Governo Federal em 1983, o Parque Nacional de Abrolhos é a primeira unidade de conservação marinha do país e inclui ilhas do Arquipélago de Abrolhos.
A área concentra alguns principais bancos de corais do litoral brasileiro, incluindo espécies ameaçadas de extinção como os corais-de-fogo. Também registra cerca de 1.300 espécies de plantas e animais, incluindo as baleias-jubarte, que buscam as águas calmas do santuário para o acasalamento.
A última atualização do Ibama, de sexta (1°), aponta que 296 locais em 101 cidades de todos os estados do Nordeste foram atingidos pelo petróleo.