24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

OMS: Transmissão de Covid-19 por pacientes sem sintomas parece ser rara

Técnicos apontam ainda que há diferença entre assintomáticos e pré-sintomáticos (os que vão desenvolver algum sintoma da doença)

A chefe do programa de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, afirmou nesta segunda-feira (8) que a transmissão da Covid-19 por pacientes sem sintomas da doença parece ser “rara”.

Entretanto, ela ressaltou que há diferença entre assintomáticos e pré-sintomáticos, que são as pessoas que vão desenvolver algum sintoma da doença.

Maria van Kerkhove fez a declaração durante pronunciamento no qual argumentava que a contenção da transmissão da Covid-19 pode ser mais rápida com a localização e o isolamento dos casos sintomáticos.

A explicação de Maria durante entrevista no começo da tarde foi alvo de críticas e dúvidas. Horas depois, em seu perfil no Twitter, ela reforçou que há diferença entre pacientes assintomáticos e pré-sintomáticos.

No documento, a entidade diz que “estudos mais abrangentes sobre a transmissão de indivíduos assintomáticos são difíceis de conduzir”, mas cita um trabalho como exemplo. A pesquisa aponta que, entre 63 indivíduos assintomáticos estudados na China, havia evidências de que 9 (14%) infectaram outra pessoa.

No mesmo documento, a OMS alerta: “Os dados disponíveis até o momento, que tratam de casos de infecção em pessoas sem sintomas são decorrentes de um número limitado de estudos com pequenas amostras que estão sujeitas a revisões e não podem dizer se eles carregam a transmissão.”

Ambíguo

Entre os pesquisadores, a declaração foi criticada por ter soado ambígua. Entre os críticos que ajudaram a esclarecer o pronunciamento esteve o diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard, Ashish K. Jha.

O pesquisador de Harvard argumentou no Twitter que infectados que não apresentam sintomas são uma forma importante para a transmissão da Covid-19. E explicou que apenas 20% dos infectados não desenvolverão nenhum sintoma. Os outros 80% poderão desenvolver sintomas leves ou mais duros da doença.

“Muitos deles já espalham o vírus antes de desenvolver sintomas”, disse Jha. “Eles são, tecnicamente, pré-sintomáticos e não assintomáticos”. Ashish K. Jha, diretor de Harvard.

Ele ponderou que a OMS diferencia os dois casos e ressaltou que há mais casos de indivíduos pré-sintomáticos que assintomáticos.