19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Onyx afirma que “esquerda da Europa” usa desmatamento para prejudicar o Brasil

Enquanto isso, ONU demonstra preocupação, embaixadas brasileiras pelo mundo são alvos de protesto e França pede que incêndios sejam assunto na próxima reunião do G7

Ônyx Lorenzoni usa o discurso de vítimax

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quinta-feira (22) resolveu opiniar, de forma inventiva, sobre as críticas que o Brasil sofre por causa do desmatamento e queimas na Amazônia.

Para ele, o discurso de países europeus sobre o desmatamento na Amazônia é uma política para criar barreiras ao Brasil:

“Os europeus usam a questão do meio ambiente por duas razões: a primeira para confrontar os princípios capitalistas. Porque desde que caiu o muro de Berlim e desde que a União Soviética fracassou, umas das vertentes para qual a esquerda europeia migrou foi a questão do meio ambiente. E a outra coisa é para estabelecer barreiras ao crescimento e ao comércio de bens e serviços do Brasil.”. Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil.

Na avaliação de Lorenzoni, como o controle acabou com essa questão, hoje há a busca por outra alternativa para impedir o avanço brasileiro.

“O Brasil é um país que cuida muito bem do seu meio ambiente. Nós não precisamos de lição de ninguém.” Onyx Lorenzoni.

Apesar dessa declaração sem sentido, tal qual a de Bolsonaro por culpar ONGs pelas queimadas, desde o início deste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os focos de queimadas no país, já detectou mais de 72 mil pontos.

Especialmente nos Estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. O número é 83% maior que no mesmo período de 2018 –um ano atípico por ter sido muito úmido– e o maior dos últimos sete anos.

Pouco depois, o presidente francês, Emmanuel Macron, usou seu perfil no Twitter hoje para se posicionar sobre as queimadas na Amazônia. Ele, que já entrou em atrito com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) por questões ambientais, chamou o problema de “crise internacional” e cobrou que os líderes do G7 tratem urgentemente do tema.

“Nossa casa está queimando. Literalmente. A floresta amazônica, pulmão que produz 20% do oxigênio do nosso planeta, está em chamas. Isso é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir essa emergência de primeira ordem em dois dias”. Emmanuel Macron, presidente da França.

O próximo encontro do G7 – que reúne os presidentes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão – será realizado neste fim de semana, em Biarritz (França).

ONU se preocupa e embaixadas com protestos

O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse nesta quinta-feira (22/08) estar “muito preocupado” com os incêndios na floresta âmazônica. A afirmação foi feita em uma postagem no Twitter.

“Estou profundamente preocupado pelos incêndios na floresta amazônica. No meio de uma crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma importante fonte de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia deve ser protegida”. António Guterres, secretário-geral da ONU.

A frase de Guterres vem em meio a uma intensa repercussão negativa, em todo o mundo, sobre os incêndios na região amazônica. Os acontecimentos na floresta são destaque nos principais veículos de imprensa do mundo. O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos Bernie Sanders foi um dos que criticou o governo brasileiro pelas queimadas.

“A mudança climática é uma emergência global. Bolsonaro e seus companheiros corporativos estão queimando a Floresta Amazônica por lucro pessoal e colocando em risco a sobrevivência de nosso planeta”. Bernie Sanders, candidato democrata à presidência dos EUA.

Já a atual onda de queimadas na Amazônia desencadeou uma avalanche de críticas ao governo brasileiro feitas por ONGs na Europa. Diversas organizações têm se mobilizado para promover eventos de protesto em frente a embaixadas e consulados brasileiros na sexta (23).Já há manifestações em defesa da floresta confirmadas em Londres, Lisboa, Madri, Paris e outras capitais.