É um paliativo – ainda pequeno. Quase nada diante do tamanho do problema. Mas ficamos felizes com a notícia recebida da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), sobre a implantação de um equipamento flutuante na barragem do Cavaco, localizada no município de Paulo Jacinto, com objetivo de melhorar a captação da água, que era realizada por tubo de sucção submerso próximo ao paredão da barragem.
Em publicação que fizemos a poucos dias, quando mostramos e cobramos soluções para o suplício vivido pela população da cidade por causa dos problemas com o abastecimento de água, a Casal explicou que a barragem recebe uma grande quantidade de matéria orgânica, especialmente em épocas chuvosas, o que dificulta o tratamento da água captada pelo sistema submerso.
Agora explica que a adaptação para o sistema flutuante – implantado, segundo técnicos da Companhia, com conexão de acoplamento na tubulação de sucção existente – vai reduzir o volume de matéria orgânica captada junto com a água, reduzindo também a sobrecarga da Estação de Tratamento.
O resultado virá na melhoria da potabilidade. Notícia boa, se assim for, já que um dos problemas da população é exatamente a qualidade da água distribuída aos moradores de Paulo Jacinto. Mas por si só não basta. Como dissemos no início, trata-se de um paliativo – quase nada – mas na situação crítica que mostramos, sobre a crise de abastecimento na cidade, ‘quase nada’ já é alguma coisa, enquanto vem a solução para o problema macro – que inclui, além da qualidade da água, o extremo racionamento imposto à população. E este só será resolvido a contento com a duplicação da Estação de Tratamento (ETA) e troca de equipamentos antigos, como a velha e desgastada tubulação que há mais de 40 anos é usada para distribuir água na cidade.
A Casal deve uma explicação sobre a obra da ETA, iniciada ano passado e paralisada há 6 meses (desde outubro de 2018). Até porque prometeu retomar depois da Semana Santa, e não retomou. É preciso tratar a situação como ‘urgência urgentíssima’ e com transparência total, trabalhando com prazos. O povo de Paulo Jacinto precisa saber porque parou a obra, quando será retomada e quando será concluída a duplicação da ETA. Porque sem isso, o rodízio e a água enferrujada que desce nas torneiras cada vez que o abastecimento é retomado após dias de paralisação, vão continuar, e a população vai continuar com motivos de sobra para reclamar.
Encaminhamos esses questionamentos à Casal, na sexta-feira pela manhã. Até agora nao obtivemos respostas.
Vamos continuar cobrando – as respostas e a solução definitiva para o problema. Afinal, é nessas situações que percebemos o jornalismo cumprindo seu papel social, do qual muito me orgulho. É nesses momentos que as pessoas e as instituições que têm compromisso público devem enxergar as críticas como algo construtivo e extremamente fundamental na busca de soluções, sobretudo quando feitas em defesa dos direitos da cidadania.
E viva a democracia!
que haja soluções onde houver mais necessidades de haver solução