Enquanto a histeria coletiva toma conta das cabeças dos desavisados, a realidade vai apertando ainda mais a vida do pobre cidadão sem poder, sem emprego e nem direitos.
Essa história de o governo Jair Bolsonaro cobrar imposto de quem está desempregado é o fim da picada. Nada se cobra dos bancos e nem dos investidores do “mercado amigo”, mas de gente pobre que se sequer tem um pau para espantar o gato.
O senhor ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu cobrar 7,5% de INSS dos desempregados que receberem o seguro-desemprego. Ou seja, o trabalhador desempregado passa a pagar tributos aos cofres do governo.
Se isso não é o cúmulo do absurdo, é, no mínimo, uma atitude desumana e vergonhosa por parte de quem tem o poder. É tripudiar sobre o sofrimento alheio.
Como sempre foi um homem de parcerias com os banqueiros, seu Guedes não tributa lucros e dividendos nem dos bancos e muitos menos dos afortunados brasileiros. Está mais que clara a opção do governo pelos ricos.
Foi em nome dessa opção que fizeram uma “reforma” trabalhista que derrubou direitos dos empregados, com a vã promessa de que iriam gerar mais empregos no País. Ledo engano. Aí estão mais de 13 milhões de desempregados.
O que se tem, a rigor, é um modelo de governo falacioso. Falou-se muito que “agora o dólar vai baixar”. E mais: “Vamos baixar o preço da gasolina”, enfim, nem uma coisa, nem outra. Está tudo aí para quem quiser conferir.
É só arrocho, desmonte de políticas públicas e ameaças a direitos sociais.
Uma pena que falte à maioria capacidade de ver e compreender o mundo ao seu redor. Falta, sobretudo, o olhar para o semelhante sem o ranço da discriminação e da intolerância.
Falta inclusive entender que nem tudo é ideologia barata e que há vida em jogo, a ser preservada e protegida.