Como nativo da cepa, com toda a redundância permitida, comungo aqui com a alegria dos conterrâneos paulojacintenses pela passagem de uma mais um ano de emancipação, neste 2 de dezembro. São 66 anos de histórias tantas que fazem desta pequena terra do agreste alagoano um lugar diferenciado pelo seu espírito festeiro, cotidianamente celebrado por homens e mulheres de Paulo Jacinto – a terra do baile da Chita.
Ao tempo em que comungo com essa assertiva também me entristeço quando, no olhar mais apurado, percebo que o tempo voou e Paulo Jacinto meio que parou nesse mesmo tempo, tempo, tempo.
Temos uma juventude pulsante, mas sem perspectivas reais para o desenvolvimento social. Óbvio que esse é o mal da maioria dos municípios pequenos da região. Mas, não importa. Falo do que vejo no meu lugar.
Não basta ser a terra do “baile”. É preciso muito mais. É fundamental compromisso legítimo e comportamento altruístico das nossas autoridades, independentemente de credo e cores, para fazer pulsar um tempo novo, capaz de nortear um futuro alentador para uma sociedade que vive a depender do “Deus dará”, da boa vontade de uns e outros e do clientelismo político que serve apenas para a barganha de mandatos eletivos de muitos.
Claro, o ciclo da prosperidade com o algodão, entre o início e meados dos anos 60, ficou atrás. O lamentável é que de lá para cá quase nada se fez para mudar a dura realidade de uma gente sofrida, de olhar perdido no horizonte da Serra Grande. Nem mesmo o banho no remanso da Bela, no Paraíba, existe mais.
Passou da hora de um debate aprofundado sobre o futuro, sem ranço político, para abrir um caminho de esperança aos paulojacintenses. Lá há homens e mulheres que pensam e podem fazer a diferença em um mutirão estratégico, que possa viabilizar alternativas transformadoras de desenvolvimento e de solidariedade a quem mais precisa.
Fora isso, é festa. E de festa eu gosto muito.
Mas, se é para ser só assim, segue o baile.