Após quase três anos de espera pela entrega e funcionamento do Centro Pesqueiro do Jaraguá, marisqueiras e pescadores estão apreensivos com o modelo de administração do local, que impõe o pagamento de altas taxas, assim como a falta de estrutura adequada para comportar o armazenamento e comercialização de mais de 140 trabalhadores.
Para poder comercializar no local, cada trabalhador deverá pagar uma taxa de permanência mensal nos boxes no valor de R$ 587,00, mais R$ 155,00 para fazer a revenda, mais R$ 55,00 da taxa de produção e mais R$ 100,00 para utilização da câmara fria.
Em busca de solucionar o impasse, junto com a Secretaria Municipal de Turismo e a Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), que assumiu a administração do local, os pescadores e marisqueiras procuraram à Câmara de Vereadores para expor a situação.
“Para nós foi muita frustração esperar tanto tempo como esse e agora vim uma empresa para dizer o que podemos e não podemos fazer, além de cobrar uma taxa tão alta para nós vendermos o produto que é a sobrevivência da nossa família”. Dona Lúcia, marisqueira.
A maior questão do grupo está ligada diretamente ao pagamento das taxas e a estrutura do local, pois três pescadores terão que dividir um box medido nove metros quadrados.
“Esse espaço realmente é muito pequeno para abrigar essas três pessoas e ainda o material que será comercializado. O que estamos entendendo aqui é que essas pessoas não foram ouvidas para fazer a adequação do Mercado do Peixe, que está dentro do Centro Pesqueiro, para dar suporte necessário a esses trabalhadores”. Francisco Sales, vereador.
A proposta da reunião é abrir o diálogo necessário para que essas modificações possam ser feitas antes que o grupo seja transferido da antiga Balança do Peixe.
A presidente da Associação dos Moradores do Jaraguá, Francineide Oliveira, afirma que a empresa que assumiu a administração não tem cedido o espaço para que os próprios pescadores façam suas sugestões e esses trabalhadores estão perdendo seus direitos, principalmente o poder de gerar suas rendas.
De acordo com o Francisco Sales, será necessário que a Secretaria de Turismo e a OSCIP prestem esclarecimentos à Câmara de como foi discutido todo esse processo que chegou a cobrança das taxas, e também sobre a adequação do espaço para comercialização.
“Vamos pedir um posicionamento de como os cálculos foram feitos para chegar a esse valor de R$ 587,00 por box, assim como as demais taxas”. Francisco Sales.