A Polícia Federal cumpre hoje mandados de busca e apreensão em uma agência marítima e na sede de representantes de uma empresa, no Rio de Janeiro, ligados à proprietária de um Navio Mercante de bandeira grega indicado como origem do derramamento de óleo na costa nordestina.
O Inquérito Policial sobre o caso, no Rio Grande do Norte, teve acesso a imagens de satélite que partiram das praias atingidas até o ponto de origem (ponto zero) de forma retrospectiva.
O relatório de detecção de manchas de óleo, de autoria de uma empresa privada especializada em geointeligência, indicou uma mancha original, do dia 29 de julho, e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira.
Segundo informações do MPF (Ministério Público Federal) no Rio Grande do Norte, graças a informações da Marinha, a Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que “não há indicação de outro navio que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.”
O navio suspeito, informou a Marinha, ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
Na investigação ficou claro que o sistema de rastreamento da embarcação confirmou a passagem pelo ponto de origem do vazamento, após ter atracado na Venezuela. A embarcação seguiu viagem para a África do Sul e Nigéria.
Fortes indícios
Responsáveis pelo caso, os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz afirmam que “há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico.”
Para eles, “a medida de busca e apreensão mostra-se necessária e de urgência”, para a coleta de documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos.
Segundo o MPF, os responsáveis devem responder nas esferas cível e penal, tipificado na Lei de Crimes Ambientais.