24 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

Prefeitura de Maceió suspende evacuação no Centro Pesqueiro do Jaraguá

Pescadores discordam de alguns critérios definidos e o MPE/AL assumiu as intermediações

A Prefeitura de Maceió suspendeu uma operação de evacuação, prevista para esta terça-feira (7), Centro de Pescadores, do Jaraguá. A decisão aconteceu após reunião com o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (CAOP), nesta segunda (6).

Os pescadores discordam de alguns critérios definidos e os promotores de Justiça, Jorge Dória e Maria Fernanda, assumiram as intermediações. Estes acreditam que falou um diálogo mais claro por parte da Prefeitura junto à categoria, antes da concepção e execução do projeto.

Apesar de concordarem que o novo espaço é melhor estruturado e atenderá com mais qualidade à demanda da comunidade, os pescadores fazem alguns questionamentos sobre aos aspectos práticos para a utilização dos mesmos.

Entre as reclamações da comunidade pesqueira, está horário de funcionamento definido, das 7h às 17h. Segundo eles, há pescadores que retornam do mar tarde da noite e precisam armazenar imediatamente o pescado.

Outro questionamento é o tamanho dos boxes, alegando serem pequenos para acomodar três pescadores como orientou a Prefeitura, enquanto a categoria quer individualizar.

Eles também querem levar os apetrechos, maquinários, a exemplo de caixas de isopor e freezeres para os locais, o que não é necessário nas novas instalações porque há toda estrutura montada para isso com câmeras frigoríficas, mesas para despinicar os camarões entre outros. Isso ainda carece de negociação e trabalho coletivo entre as partes.

“Queremos que o serviço seja iniciado, a comunidade tenha o espaço funcionando. A promotoria de Urbanismo se preocupa com a ordem urbanística, a balança com os casebres, o esgoto a céu aberto. Então a ideia é beneficiar a todos, sejam os pescadores, a comunidade que vai adquirir o produto, além de tornar a área atrativa para o comércio, para quem comercializa, mas também para a cidade”. Jorge Dória, promotor de Justiça.

Outro ponto que deixa os pescadores apreensivos diz respeito à taxa que será paga pelos profissionais.

“O Ministério Público entende que há uma forma de aproximar os interesses dos pescadores e trabalha exatamente nesse sentido, de que eles permaneçam ocupando aquela área. A questão das tarifas a serem cobradas dos pescadores também tem preocupado a categoria porque não sabe se terá condições de pagar o valor a ser estipulado. Estamos para esclarecer quaisquer dúvidas e vamos trabalhar junto ao Poder Público para que atenda minimamente aos reclames”. Jorge Dória

Centro Pesqueiro em Jaraguá, Maceió. Foto: Marco Antônio/Secom