25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Presidente faz promessa vazia de F1 no Rio com empresário que deve R$ 25 mi

Governador de São Paulo criticou construção de um novo autódromo, na região de Deodoro, onde não há estrutura

Bolsonaro foi desmentido ao lado do governador e do filho senador pelo Rio

Nesta segunda-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há “99% de chance” de a F-1 ser transferida de São Paulo para o Rio de Janeiro a partir de 2021. O contrato com São Paulo vence em 2020, e o diretor-geral da F-1, Chase Carey, tem negociado com os governadores Wilson Witzel (Rio de Janeiro) e João Doria (São Paulo).

A declaração foi dada ao lado de Chase Carey, que imediatamente depois desmentiu o presidente.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também desmentiu o presidente. Nesta terça-feira (25), ele disse que não há definição sobre a ida da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro a partir de 2021. “Eu lamento frustrar o presidente mas a decisão não está tomada, vocês acabam de ouvir isso do presidente da Fórmula 1”, disse Doria.

João Doria criticou a estrutura do Rio de Janeiro para sediar a competição e se comprometeu a defender o interesse do estado em manter o evento. Ele também afirmou que não quer “desmerecer a palavra do Presidente da República, tampouco a do governador do Rio de Janeiro”, mas criticou a estrutura do estado, que pretende construir um novo autódromo na região de Deodoro para sediar o evento.

“Vão lá visitar Deodoro e ver se há condições de você nesse prazo fazer qualquer coisa ali. Recomendo que vocês vejam com seus próprios olhos, sobrevoem a área do novo autódromo de Deodoro, com drone ou de helicóptero, porque vocês não vão conseguir chegar, não tem estrada para chegar lá. Só a cavalo”. João Doria, governador de São Paulo.

Projeto do autódromo na região de Deodoro, no Rio de Janeiro, deve seguir só na reprodução

Empresário deve 24 milhões

À frente do projeto que pretende levar a F-1 para o Rio de Janeiro, José Antonio Soares Pereira Júnior presidiu uma empresa que faliu e deve R$ 24,7 milhões para a União.

São débitos cobrados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) referentes a Previdência Social, o FGTS e outros a Fazenda Nacional. A massa falida da empresa tem 20 ações trabalhistas. Ele também está inscrito na dívida ativa com débito de R$ 85,5 mil como pessoa física.

O diretor executivo da Rio Motorpark, que venceu a licitação para construção do autódromo de Deodoro, já foi citado em investigações sobre o mensalão e da operação Lava Jato. Ele não foi indiciado em nenhum dos casos.

A Rio Motorpark foi constituída em janeiro de 2019 e tem um capital social de R$ 100 mil reais. O projeto do autódromo tem um orçamento de R$ 697 milhões. Caberá ao grupo a construção do circuito, que terá 5.835 m de extensão, e cessão por 35 anos.