17 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Privatização do Banco do Brasil se acelera com demissão de presidente

‘Então tem que vender logo essa porra’, disse o ministro Paulo Guedes

Rubem Novaes entrega o cargo de presidente do BB

Com o pedido de demissão do presidente do Banco Brasil, Rubem Novaes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prepara agora o processo de privatização do banco, mas sem fazer alarde.

Novaes não era contra a privatização, mas o fato de alardeado o processo, ele desagradou o próprio governo e os funcionários da instituição. O substituto a ser indicado vai trabalhar com rapidez, mas de forma sileciosa.

Novaes entregou seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, após receber criticas de Guedes. O ministro afirmou na reunião de 22 de abril que o banco estava pronto para a privatização

Paulo Guedes sobre o BB

Guedes disse que o governo “faz o que quer” com a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mas no BB “não consegue fazer nada”, mesmo tendo um “liberal lá”, em referência a Novas, que estava no encontro. “Tem que vender essa porra logo”, disse Guedes

Para Guedes, o Banco do Brasil “não é tatu nem cobra, porque ele não é privado, nem público”. “Se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ . Aí se falar assim: “bota o juro alto”, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, afirmou o ministro da Economia durante encontro com ministros e outras autoridades, entre elas Novaes.

“É um caso pronto e a gente não está dando esse passo. O senhor (presidente) já notou que o BNDE e o … e o … e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”, reforçou Guedes.

O comunicado do Banco:

“Em conformidade com o § 4º do art. 157 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e com a Instrução CVM nº 358, de 03 de janeiro de 2002, o Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”, diz o comunicado.