26 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Procurador não encontra provas de envolvimento russo na vitória de Trump

Relatório de Robert Mueller não traz acusação contra presidente dos Estados Unidos

Donald Trump e republicanos respiram mais aliviados. A investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller não encontrou evidências de que a campanha do agora presidente dos Estados Unidos agiu em conluio com a Rússia para interferir nas eleições de 2016, nem que o presidente tenha obstruído a Justiça durante as apurações.

As principais conclusões de Mueller, enviadas ao Congresso americano e tornadas públicas neste domingo (24) pelo secretário de Justiça vinha sendo a principal fonte de preocupação dentro do governo, dado o potencial de motivar um pedido de impeachment.

No Twitter, Trump afirmou: “Não há conspiração, não há obstrução, completa e total isenção. Vamos manter a América grande”. Ele disse ainda ser “uma vergonha que os EUA tenham passado por isso e que o presidente dos EUA tenha passado por isso”. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, seguiu pela mesma linha, dizendo que o relatório “isenta total e completamente o presidente dos EUA”.

Apesar de não Trump comemorar, não há exoneração total. Em seu relatório, Mueller é taxativo ao dizer que não exime Trump de responsabilidade sobre uma eventual tentativa de dificultar o trabalho de investigação.

E os adversários de Trump não devem se contentar com o resumo das apurações e podem iniciar uma batalha entre o Congresso e o Departamento de Justiça. Eles querem que Barr torne pública toda a investigação —é o secretário de Justiça quem decide o que compartilhar ou não com o Congresso.

Cohen

Michael Cohen, ex-advogado do presidente Donald Trump, prestou depoimento ao Congresso e chamou Trump de “racista, “vigarista” e “trapaceiro”, dizendo que o ex-chefe sabia que o Wikileaks publicaria milhares de e-mails roubados do Partido Democrata, para prejudicar a campanha da adversária, Hillary Clinton.

As 20 páginas da fala inicial de Cohen impressionam pelos ataques ao caráter do presidente – “me mandou mentir para a primeira-dama” – e sua relação com as leis – “mentiu para o país”, “subornou uma atriz pornô” e “fraudou um leilão”.

O advogado também acusou o presidente norte-americano de ter subornado modelos para que não revelassem supostos relacionamentos. Cohen, condenado à prisão por crimes relacionados em parte com seu trabalho para Trump, também expressou arrependimento por sua lealdade ao presidente no passado.

O depoimento resvalou também nas negociações para construir a “Trump Tower” em Moscou. Cohen afirmou que não tem provas diretas de que Trump ou sua campanha de 2016 firmaram acordo com a Rússia. O presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, o democrata Elijah Cummings, disse que o testemunho de Cohen era “profundamente perturbador e deveria ser preocupante para todos os americanos”.