25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Queda de 14,78%: Com duas paralisações nesta quinta, Bolsa tem o pior dia desde 1998

No começo da tarde, a Bolsa chegou a cair 19,59% e quase houve um terceiro acionamento do circuit breaker

A Bolsa de Valores fechou em queda de 14,78%, aos 72.582,53 pontos, mesmo após ter acionado duas vezes pela manhã o “circuit breaker”, mecanismo automático que interrompe os negócios temporariamente em casos de grande instabilidade no mercado. Isso não acontecia desde 2008. Foi a primeira vez na história que a Bolsa foi suspensa em três dias da mesma semana (hoje, segunda e quarta).

Esta é a maior queda percentual diária desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa, quando fechou em baixa de 15,8%. É também a menor pontuação de fechamento desde junho de 2018 (71.766,52 pontos).

No começo da tarde, a Bolsa chegou a cair 19,59% e quase houve um terceiro acionamento do circuit breaker. Isso foi evitado graças a um escritório regional do Banco Central dos EUA, que anunciou que irá injetar US$ 1,5 trilhão no sistema financeiro, em um esforço para tentar acalmar os investidores.

O dólar comercial chegou a subir mais de 6% e superar a marca de R$ 5 pela primeira vez na história, pouco depois das 9h, no início dos negócios. A alta perdeu força depois da atuação reforçada do Banco Central no mercado de câmbio, e do BC dos EUA anunciar injeção de US$ 1,5 trilhão para tentar acalmar os investidores.

O dólar comercial fechou em alta de 1,38%, a R$ 4,786 na venda. Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. No ano, o dólar acumula valorização de 19,26% em relação ao real.

Foi mais um dia de tensão nos mercados globais em torno da pandemia do novo coronavírus. A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de restringir viagens da Europa para os Estados Unidos, anunciada na véspera, adicionou mais pressão a um ambiente já fragilizado pelas preocupações com os efeitos da disseminação do vírus na economia global.

Gastos públicos

O governo brasileiro estuda editar uma medida provisória para buscar a liberação de R$ 5 bilhões para reforçar a estrutura do Ministério da Saúde no combate à covid-19 coronavírus, de acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Nesta quinta pode ocorrer uma reunião entre Alcolumbre, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para definir a melhor maneira de liberar os recursos.

Ainda tem o fato do presidente Jair Bolsonaro estar sendo monitorando para o coronavírus, após o secretário especial de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, testar positivo para o vírus. O secretário fez parte da comitiva presidencial de Bolsonaro aos EUA, onde se encontrou com Trump.